Mundo

Na reta final, disputa à presidência dos Estados Unidos volta a se acirrar

Uma pesquisa realizada pela rede ABC e pelo jornal The Washington Post divulgada nesta terça-feira (1º/11) coloca Trump na frente por apenas um ponto percentual, uma vantagem inferior à margem de erro de 2,5 pontos, mas que reflete uma nova tendência

Agência France-Presse
postado em 01/11/2016 19:19
Na reta final, disputa à presidência dos Estados Unidos volta a se acirrar
Washington, Estados Unidos - A corrida pela presidência dos Estados Unidos se estreitou em sua última semana: enquanto Donald Trump volta a ganhar fôlego, Hillary Clinton tenta recuperar a iniciativa e se blindar das polêmicas para consolidar sua condição de favorita.

Há pouco mais de uma semana, a candidata democrata exibia uma vantagem média nas pesquisas de mais de cinco pontos percentuais sobre Trump. Nos últimos dias, porém, a distância entre os dois diminuiu.

Ainda assim, a ex-secretária de Estado se mantém como favorita.


O site especializado FiveThirtyEight apontou, nesta terça-feira, que as probabilidades de uma vitória de Hillary chegam a 73,6%, contra 26,3% de Trump. Há duas semanas, essa diferença era de 88,1% contra 11,9%.

O jornal The New York Times atribui a Hillary 88% de chances de vitória, contra 12% para Trump. Uma semana atrás, a vantagem era de 93% contra 7%.

Uma pesquisa realizada pela rede ABC e pelo jornal The Washington Post divulgada nesta terça-feira coloca Trump na frente por apenas um ponto percentual, uma vantagem inferior à margem de erro de 2,5 pontos, mas que reflete uma nova tendência.

Além da vantagem marginal de Trump, a enquete ABC/WP mostrou uma verdadeira queda da confiança entre os eleitores de Hillary.

Segundo a pesquisa, 53% dos eleitores de Trump se dizem "muito entusiasmados" com sua candidatura, contra apenas 43% dos eleitores de sua oponente.

Reta final sob pressão


Há apenas uma semana, esse "entusiasmo" entre os eleitores de Hillary Clinton era de 51%, de forma que a enquete detectou um claro esfriamento entre seus seguidores.

"Uau, agora lideramos a pesquisa @ABC/@washingtonpost por 46 a 45. Subimos 12 pontos, a maioria antes do escândalo de Hillary", tuitou Trump, ao se referir à reabertura da investigação sobre o uso inadequado de e-mails por parte de Hillary quando era secretária de Estado. O anúncio foi feito na sexta-feira passada (28) pelo FBI.

De imediato, Wall Street acusou o golpe e caiu, após quase seis semanas de estabilidade enquanto Hillary, preferida do mercado, liderava as pesquisas.

Para o diretor de Estratégia no Eurasia Group, Karthik Sankaren, o mercado reage às sondagens que mostram uma disputa muito mais apertada.

"O mercado avalia o custo de uma probabilidade mais reduzida de uma vitória de Hillary, mas ainda não chegou ao ponto de estimar o custo de uma vitória de Trump", comentou Karthik Sankaren.

Nesse cenário, a campanha democrata entra nesta última semana com a necessidade de continuar dando explicações sobre o assunto dos e-mails.

A ex-secretária de Estado começou sua campanha, no primeiro semestre do ano passado, sob uma nuvem de suspeitas relacionadas a esse caso. Um ano e meio depois, ela e sua equipe ainda não conseguiram dissipar as dúvidas de forma consistente e definitiva.

Em julho deste ano, o diretor do FBI, James Comey, arquivou a investigação sem encontrar méritos para apresentar acusações contra Hillary, mas advertiu que ela foi "extremamente descuidada" no tratamento de informação sigilosa.

Na última sexta, Comey - um republicano - provocou um verdadeiro incêndio político 11 dias antes das eleições de 8 de novembro, ao informar ao Congresso que o FBI encontrou novos e-mails comprometedores. A descoberta levou à reabertura da investigação.

Depois esse dia, aumentou enormemente a pressão sobre a campanha democrata, que entra no modo "contenção de danos".

Desde sábado, a cúpula da campanha organiza entrevistas coletivas. Hoje, um deles, Robby Mook, deu uma longa entrevista à rede CNN para tratar do assunto e, em especial, para criticar Comey.

Concentrados na Flórida


Nos eventos realizados na segunda-feira, Hillary Clinton deixou suas propostas momentaneamente de lado para criticar Trump. Entre outros pontos, convidou seus simpatizantes a imaginar o magnata republicano com os códigos das armas nucleares ao alcance das mãos.

Ao mesmo tempo, sua campanha passou a reforçar os anúncios de televisão com uma antologia das frases sexistas pronunciadas pelo candidato conservador.

Nesta terça, a agenda de Hillary voltou para a Flórida, um estado fundamental para chegar à Casa Branca. Foi lá, inclusive, que a democrata passou o fim de semana em campanha.

Em um ato no condado de Dade, Hillary foi apresentada pela americana de origem venezuelana Alicia Machado, ex-Miss Mundo, chamada de "porquinha" por Trump.

"Essa é nossa eleição, latinos" - defendeu Alicia

Na próxima quinta-feira (3), o presidente Barack Obama estará na Flórida - mesmo dia que Trump.

Hoje, o candidato republicano fez um comício no estado da Pensilvânia, onde falou sobre o Sistema público de Saúde, o "Obamacare", e sobre a alta nos preços dos seguros de Saúde.

Se chegar à Casa Branca, Trump prometeu convocar uma sessão especial do Congresso para abolir o "Obamacare".

"Nosso plano para os impostos inclui um corte de 35% para as famílias de classe média que tenham dois filhos. A classe média não foi respeitada, isso eu posso dizer a vocês", afirmou Trump, durante seu ato na localidade de King of Prussia.

O candidato republicano segue nesta terça para Wisconsin.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação