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Hillary e Trump miram eleitores indecisos na reta final das eleições

Na batalha pela supremacia em alguns estados que serão chave nas eleições, Carolina do Norte e Flórida são dois troféus importantes para os candidatos

postado em 04/11/2016 14:26
Hillary Clinton e Donald Trump se preparavam nesta sexta-feira para o último fim de semana de campanha, cortejando eleitores indecisos e pedindo que seus seguidores vão às urnas, numa frenética corrida por vários estados onde as pesquisas revelam uma disputa acirrada.

A quatro dias das eleições, a ex-secretária de Estado tem uma pequena vantagem nas pesquisas, mas a polêmica que continua a respeito de seus e-mails deu um impulso ao magnata, que há 16 meses surpreende todos os prognósticos.

A média das pesquisas nacionais mostra Hillary com 45,3% das intenções de voto, frente a 42,7% para Trump, enquanto outros dois candidatos de partidos menores reúnem 8,2%, segundo o site Real Clear Politics: um final de suspense para uma campanha marcada por acusações e pela ausência de um debate político sério.

Na batalha pela supremacia em alguns estados que serão chave nas eleições, Carolina do Norte e Flórida são dois troféus importantes para os candidatos.

Hillary mobilizou seu maior aliado, o presidente Barack Obama, para injetar entusiasmo entre os eleitores democratas, e Trump deu a sua esposa Melania a tarefa de suavizar sua imagem.

A Carolina do Norte, no entanto, esteve no centro da tempestade política de quinta-feira, quando os dois candidatos se jogaram de cabeça no estado em que estão praticamente empatados.

Suas comitivas, inclusive, se cruzaram na pista do aeroporto da capital, Raleigh, e seus comícios, simultâneos, estavam a apenas 50 km de distância.

"É preciso que todas as pessoas que vocês conheçam vão votar", implorou Hillary, falando a seus seguidores em Raleigh, onde dividiu palco com seu ex-adversário Bernie Sanders e com o cantor de hip-hop Pharrell Williams.

"A melhor maneira de repudiar a intolerância, a fanfarronice, o abuso, a retórica abusiva e a discriminação é ter a maior participação na história americana", acrescentou.

Comício após comício


Nesta sexta, a candidata democrata de 69 anos viajará ao coração industrial do país, onde Trump tentou causar alvoroço culpando os tratados de livre comércio pela depressão econômica e o desemprego.

Hillary fará um comício em Pittsburgh, Pensilvânia, um estado que concede 20 votos ao colégio eleitoral e onde possui uma vantagem de três pontos, antes de visitar Detroit, epicentro da indústria automotiva.

A democrata concluirá a jornada na companhia da nobreza pop, quando o rapper Jay Z e sua esposa, a "rainha" Beyoncé, fizerem um show em Cleveland, em outra tentativa de atrair o voto dos jovens e dos negros, cuja mobilização para ir às urnas preocupa o lado democrata.

Depois de percorrer de cabo a rabo a Carolina do Norte na quinta, Trump fará uma primeira parada nesta sexta em outro estado-chave, New Hampshire, onde registra 1,5 ponto à frente da adversária democrata.

O empresário nova-iorquino de 70 anos fará um comício em Atkinson, antes de visitar Wilmington, em Ohio, e Hershey, na Pensilvânia.

Uma pesquisa nacional da cadeia CBS e do jornal The New York Times reduz a vantagem de Hillary a três pontos, 45% a 42% para Trump, sinal de que o magnata, ainda perseguido por seus comentários depreciativos sobre as mulheres, está convencendo os republicanos outrora céticos.

Sem espaço para os erros em sua grande aposta de sacudir a política americana, Trump se atém a ler discursos e evitar declarações explosivas.

De seu lado, Clinton tenta ampliar seu alcance em território republicano, incursionando no Arizona, onde na véspera seu vice-presidente, Tim Kaine, se converteu no primeiro integrante de uma chapa presidencial a pronunciar um discurso em espanhol.

Mas, vença quem vencer, muitos americanos têm sérias dúvidas de que algum dos dois poderá unir o país depois de uma campanha historicamente muito tóxica, segundo a mesma pesquisa.

Por France Presse

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