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Milhares de manifestantes protestam contra Trump nos Estados Unidos

Em Nova York, centenas de manifestantes com cartazes que diziam "Dump Trump" (Descartar Trump) se reuniram em Union Square e depois marcharam em direção à Trump Tower, residência do presidente eleito

postado em 10/11/2016 08:15
Em Nova York, centenas de manifestantes com cartazes que diziam

Aos gritos de "Não é meu presidente", milhares de pessoas protestaram na quarta-feira em várias cidades dos Estados Unidos contra a vitória nas eleições presidenciais de Donald Trump.

De Nova York a Los Angeles, passando por Chicago, Filadélfia, Portland (Oregon), Seattle e outras grandes cidades, os manifestantes gritavam "Love trumps hate" (O amor supera o ódio) ou "Trump Grabbed America by the Pussy" (Trump pegou a América pela vagina).

As manifestações foram pacíficas, embora tenham sido registrados incidentes em Oakland, Califórnia. A polícia anunciou que havia detido 15 pessoas, segundo o New York Times. Em Nova York, centenas de manifestantes com cartazes que diziam "Dump Trump" (Descartar Trump) se reuniram em Union Square e depois marcharam em direção à Trump Tower, residência do presidente eleito na Quinta Avenida.

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[SAIBAMAIS]Em Washington, centenas de manifestantes realizaram uma vigília diante da Casa Branca para protestar contra o racismo, o sexismo e a xenofobia de Trump. Os manifestantes exibiam cartazes que diziam "Educação para todos".

Um dos organizadores, Ben Wikler - diretor em Washington do grupo MoveOn.org - anunciou que eram registradas manifestações similares em centenas de comunidades do país. "As pessoas têm motivos para sentir medo", afirmou Ben Wikler. "Estamos aqui porque nestes momentos obscuros não estamos sozinhos", acrescentou, recebendo a resposta em coro da multidão "Não estamos sozinhos".

Na Califórnia, estudantes do ensino médio e universitários realizaram manifestações nos campi e não compareceram às aulas. Em Oakland, Califórnia, os manifestantes acenderam fogueiras nas ruas e permaneceram ao redor delas cantando, informou a imprensa local. Alguns lançaram garrafas e fogos de artifício contra a polícia, segundo a KPIX TV.

Na noite de terça-feira, quando a apuração ainda não havia terminado, mas a vitória de Trump já era vislumbrada, Oakland registrou protestos que deixaram um ferido por arma de fogo.

Em Los Angeles, os manifestantes queimaram uma imagem da cabeça de Trump, feita com uma caixa e coroada por um brilhante cabelo laranja, diante do City Hall (sede do município). Centenas de adolescentes ao redor da fogueira cantavam "Not my president" (Não é meu presidente).

Em Oregon, 300 manifestantes bloquearam o trânsito no centro de Portland, interrompendo passagens ferroviárias, e outros bloquearam uma estrada se sentando na calçada. Na Pensilvânia, centenas de estudantes universitários marcharam pelas ruas, pedindo unidade.

Ethan Miller, do grupo de defesa dos direitos dos trabalhadores "Jobs with Justice", afirmou que os organizadores realizaram a vigília de Washington para demonstrar a resistência da sociedade civil. "É um momento difícil para muitos americanos", disse Ethan Miller à AFP. "Vimos uma campanha cheia de racismo e misoginia e de táticas terríveis que em última instância permitiram que (Donald Trump) vencesse a eleição", explicou. "Mas não vamos deixar que uma presidência de Donald Trump detenha o progresso neste país", acrescentou Miller.

O sistema eleitoral indireto americano não funciona mais, disse à AFP o manifestante Nicholas Forker, ao se referir ao fato de que Hillary Clinton teve 200.000 votos a mais que Trump. "Acredito que definitivamente precisa ser reformado. Acredito que é ridículo", acrescentou.

Em Chicago, milhares de pessoas se reuniram ao redor da Trump Tower, bloqueando as ruas do centro e o tráfego, enquanto outros organizaram um contra-protesto no lado oposto do edifício. Em todo o país, os estudantes de ensino médio e universitários também se mobilizaram nos campi e na saída das escolas.

Na Pensilvânia, centenas de estudantes da Universidade de Pittsburgh marcharam pelas ruas.

Por France Presse

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