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Opaq acusa Síria e Estado Islâmico de ter usado armas químicas

A constatação da violação - por parte do governo de Damasco - da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas foi feita em uma votação, um acontecimento raro, dos Estados-membros do Conselho

postado em 11/11/2016 18:04
O Conselho Executivo da Organização pela Proibição de Armas Químicas (Opaq) acusou um país - a Síria - nesta sexta-feira (11/11), pela primeira vez, de ter violado sua Convenção, recorrendo a armas proibidas, assim como faz o Estado Islâmico (EI) - relataram diferentes fontes à AFP.

A constatação da violação - por parte do governo de Damasco - da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas foi feita em uma votação, um acontecimento raro, dos Estados-membros do Conselho, disse uma fonte que participou dessa reunião a portas fechadas.

Uma resolução, proposta pela Espanha e que manifesta "graves preocupações" com as conclusões de uma investigação realizada por especialistas da ONU e da Opaq, foi aprovada por 28 dos 41 países-membros do Conselho Executivo da Opaq - entre eles, Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, declarou uma outra fonte, que pediu para não ser identificada.

China, Irã, Rússia e Sudão votaram contra a resolução, a qual obteve, porém, os dois terços dos votos - mínimo necessário para ser aprovada.

O texto pede ainda que a Opaq aumente suas medidas de verificação na Síria, acrescentou a primeira fonte consultada pela AFP.

"Essa decisão confirma que o regime Assad e o Daesh (acrônimo do EI em árabe) são responsáveis por terem usado armas químicas abomináveis contra civis", reagiu o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, em uma nota.
"Há uma determinação clara na comunidade internacional para pedir uma prestação de contas àqueles que usam essas armas odiosas", acrescentou.

Criado pela ONU e pela Opaq, o Mecanismo de Investigação Conjunta (JIM, na sigla em inglês) estabeleceu, no final de outubro, que o Exército sírio havia lançado um ataque químico contra três localidades em 2014 e 2015.

Helicópteros do Exército decolaram de suas bases controladas pelo governo, jogando gás de cloro por meio de barris de explosivos sobre as cidades de Qmenas, na província de Idleb (noroeste da Síria), em 16 de março de 2015; em Talmenes, em 21 de abril de 2014; e em Sarmine, em 16 de março de 2015.

O JIM também acusou o grupo EI de ter lançado gás mostarda sobre Marea, no norte da Síria, em 21 de agosto de 2015.

A Síria aderiu oficialmente à Convenção em outubro de 2013, prometendo entregar seu estoque de armas e de agentes químicos para que fossem destruídos e nunca mais usar esse tipo de armamento.
Por France-Presse

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