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Trump retirará EUA do TTP no primeiro dia de sua presidência

O líder populista, que chegou ao poder com propostas antiglobalização, explicou em um vídeo postado na segunda-feira suas seis medidas essenciais para seus primeiros 100 dias de governo, todas baseadas em um "princípio fundamental: América em primeiro lugar"

postado em 22/11/2016 14:30
O líder populista, que chegou ao poder com propostas antiglobalização, explicou em um vídeo postado na segunda-feira suas seis medidas essenciais para seus primeiros 100 dias de governo, todas baseadas em um
Washington, Estados Unidos - O presidente eleito americano Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão se retirar do tratado comercial transpacífico (TPP) no primeiro dia de sua presidência, uma das suas seis medidas essenciais para colocar a "América em primeiro lugar".

E em uma nova reviravolta nas práticas diplomáticas, o bilionário também disse que via o chefe do partido anti-europeu Ukip Nigel Farage como embaixador da Grã-Bretanha nos Estados Unidos, provocando uma resposta áspera de Downing Street.

O líder populista, que chegou ao poder com propostas antiglobalização, explicou em um vídeo postado na segunda-feira suas seis medidas essenciais para seus primeiros 100 dias de governo, todas baseadas em um "princípio fundamental: América em primeiro lugar".


"Trata-se de reformar a classe política, reconstruir a nossa classe média e fazer a América melhor para todos", disse Trump, com uma pequena bandeira americana na lapela.

No primeiro dia de sua presidência, Donald Trump, quando será investido 45; presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro, iniciará o processo de retirada do país do TPP, assinado em 2015 por doze países da região da Ásia-Pacífico, mas sem a China.

No lugar, Donald Trump quer negociar tratados "bilaterais", que segundo ele "vão trazer empregos e indústria para solo americano".

"O TPP sem os Estados Unidos não teria sentido", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em visita a Argentina.

Para entrar em vigor, esta parceria deve ainda ser aprovada pelo Congresso americano, dominado pelos republicanos.

Em matéria de imigração, e após ter nomeado um ministro da Justiça de linha dura, o senador Jeff Sessions, Trump pretende "investigar os abusos dos programas de vistos", de modo a não desqualificar "o trabalhador americano".

Para a segurança nacional, o principal assessor de Trump será o ex-general Michael Flynn, grande crítico do extremismo islâmico e indulgente com a Rússia, o presidente eleito vai pedir ao ministério da Defesa e ao chefe do Estado-Maior "um plano abrangente para proteger as infra-estruturas vitais da América de ataques cibernéticos, e de todas as outras formas de ataque".

Em termos de energia, Trump, que é cercado de autoridades "climatocéticas", indicou que "iria cancelar as restrições de emprego na produção" de energia, incluindo gás e óleo de xisto e carvão, "criando, assim, milhões de empregos bem remunerados".

Finalmente, Trump prometeu lutar contra a burocracia através da remoção de dois regulamentos para toda nova regulamentação aprovada, e para uma nova "ética" política, proibindo a ida para o setor privado de qualquer membro do poder executivo por durante cinco anos.

O presidente eleito não fez qualquer outra menção ao muro que propôs entre o México e os Estados Unidos, ou sobre a expulsão de milhões de imigrantes em situação irregular, a limitação de entrada no território de muçulmanos ou o cancelamento da reforma da saúde Obamacare.

Após uma primeira série de nomeações de partidários de uma linha dura sobre a segurança, o Islã ou a imigração, o futuro presidente parece considerar figuras mais consensuais para diplomacia, defesa e economia.

O bilionário realizou na segunda-feira em sua luxuosa Trump Tower, em Manhattan, uma nova rodada de reuniões.

Entre os candidatos, uma autoridade muito respeitada entre os militares americanos, o general aposentado James Mattis, de 66 anos. "Um possível ministro da defesa", tuitou Donald Trump no domingo.

Carismático, é conhecido por sua franqueza e desconfiança vis-à-vis o regime iraniano.

Duas das possibilidades para o posto-chave de secretário de Estado visitaram o bilionário neste fim de semana: o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani e o ex-candidato presidencial em 2012, o republicano moderado Mitt Romney, que havia chamou o bilionário de "charlatão" e "mentiroso" durante a campanha das primárias.

As nomeações poderiam, contudo, acontecer depois do feriado de Ação de Graças na quinta-feira.

Trump, que deve viajar terça ou quarta-feira de manhã para uma "breve pausa" em outra de suas propriedades, Mar-a-Lago, na Flórida, também considerou no Twitter que Nigel Farage faria "um grande trabalho" se fosse nomeado embaixador de seu país nos Estados Unidos.

Nigel Farage, um jogador-chave na vitória do Brexit, foi o primeiro político britânico a se encontrar com o presidente eleito em Nova York.

A posição expressa por Trump é incomum, uma vez que os embaixadores devem ser nomeados por seus respetivos governos, e Downing Street imediatamente respondeu que não havia "nenhuma vaga".

Por France Presse

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