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Anulado julgamento de policial da Carolina do Sul que matou negro desarmado

O ex-policial Michael Slager é acusado de homicídio por disparar e matar Walter Scott, um homem de 50 anos que fugia desarmado após um incidente de trânsito em North Charleston, no dia 4 de abril de 2015

postado em 05/12/2016 23:39
O julgamento por homicídio de um policial branco da Carolina do Sul que matou um homem negro desarmado com tiros nas costas foi anulado nesta segunda-feira (5/12) diante da falta de um veredicto unânime.
O julgamento em um tribunal de Charleston foi anulado pelo juíz Clifton Newman, que lamentou que após um processo de cinco semanas e deliberações iniciadas na quarta-feira passada "seja preciso retomar tudo do princípio".

O ex-policial Michael Slager é acusado de homicídio por disparar e matar Walter Scott, um homem de 50 anos que fugia desarmado após um incidente de trânsito em North Charleston, no dia 4 de abril de 2015.

"Como juri lamentamos informar a este tribunal que, apesar dos melhores esforços de todos os membros, fomos incapazes de chegar a uma decisão unânime".

Judy Scott, mãe da vítima, disse a jornalistas que está confiante em vencer no próximo julgamento.

"Sei que haverá justiça porque Deus é justo e a injustiça não prevalecerá. (...). Estamos cercados por uma nuvem de testemunhas. Isto não terminou e só terminará quando Deus assim o disser".

North Charleston, na fronteira com Charleston, tem uma longa história de tensão racial entre o departamento de polícia e sua grande comunidade negra.

Boa parte do julgamento foi baseado no vídeo gravado por um homem durante o incidente, que começa com uma briga, após a qual Scott tenta fugir e é atingido por Slager, que dispara oito tiros.

Segundo a promotoria, Slager falhou em seu trabalho policial ao disparar os oito tiros, especialmente após ter submetido Scott com um Taser em um confronto inicial.

A defesa argumentou que Scott provocou Slager, 34 anos, ao fugir de um incidente de trânsito e resistir ao policial.

Slager enfrentava uma sentença de entre 30 anos e prisão perpétua.
Por France-Presse

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