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Primeira-ministra pressiona Parlamento a respeitar prazos do Brexit

Desta forma, o governo busca apaziguar a rebelião de uma parte de seus deputados, que exigem saber o que Londres quer das negociações

postado em 07/12/2016 10:18
Os conservadores têm maioria absoluta no Parlamento, e a potencial revolta de seus deputados pró-europeus parece sufocada com a aceitação de May de informar ao Parlamento, a julgar pelas declarações da deputada eurófila Anna SoubryLondres, Reino Unido - A primeira-ministra britânica, Theresa May, obrigará um Parlamento majoritariamente pró-europeu a não colocar obstáculos ao Brexit em troca de informar sobre seu plano para as negociações, em uma moção que será votada nesta quarta-feira (7/12).

Pela primeira vez desde o referendo de 23 de junho, o Parlamento levantará a mão para um assunto relacionado ao Brexit.

[SAIBAMAIS]O texto para votação era originalmente uma proposta trabalhista exigindo que o Parlamento possa fiscalizar os planos do governo conservador, antes que as negociações com Bruxelas comecem.

Mas o governo apresentou uma emenda exigindo que o Parlamento não atrase a ativação, prevista para março de 2017, do Artigo 50 do Tratado europeu de Lisboa, a notificação oficial da saída da União Europeia e do início de dois anos de negociações para fechar os detalhes da futura relação.

Desta forma, o governo busca apaziguar a rebelião de uma parte de seus deputados, que exigem saber o que Londres quer das negociações.

É "uma armadilha", declarou o deputado trabalhista Ben Bradshaw. "Não vou votar para ativar o Artigo 50 em março quando ainda não temos nem ideia de que tipo de Brexit o governo pretende".

O grande debate no Reino Unido envolve se é preciso conservar o acesso ao mercado único europeu ou dar prioridade ao controle da chegada de cidadãos europeus, duas pretensões incompatíveis nos tratados europeus.

Os conservadores têm maioria absoluta no Parlamento, e a potencial revolta de seus deputados pró-europeus parece sufocada com a aceitação de May de informar ao Parlamento, a julgar pelas declarações da deputada eurófila Anna Soubry.

"São notícias muito boas, porque significam que o governo presta atenção a todas as vozes. E, além disso, é uma grande oportunidade para o governo garantir que o Parlamento inspeciona seu plano, porque representa todos os eleitores e todos devem ter voz no debate sobre o melhor acordo para o Reino Unido".
Por France Presse

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