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Ativista de extrema-direita americano acusado de comentário sobre pedofilia

O perfil público do ativista Milo Yiannopoulos foi bloqueado, após perseguição online à atriz negra Leslie Jones em julho

Agência France-Presse
postado em 21/02/2017 10:48
A publicação de uma autobiografia de Milo Yiannopoulos, editor do site de notícias de extrema-direita Breitbart, foi suspensa e sua participação em uma conferência cancelada por comentários nos quais pareceu justificar a pedofilia.

Este provocador de extrema-direita e defensor ferrenho do presidente Donald Trump não é alheio às controvérsias: o Twitter fechou sua conta por uma perseguição on-line à atriz negra Leslie Jones em julho.
E a universidade da Califórnia, em Berkeley, cancelou neste mês um discurso que pronunciaria após violentos protestos contra ele. Trump reagiu ameaçando retirar os fundos federais da universidade.

Yiannopoulos, um britânico de 32 anos, provocou desta vez uma polêmica quando no fim de semana foi divulgado um vídeo no qual defendia as relações sexuais com crianças de 13 anos. No vídeo aparece falando com os apresentadores de um programa de rádio.

"Não, não, não, você está entendendo mal o que é pedofilia", afirma Yiannopoulos. "A atração sexual por alguém de 13 anos, que é sexualmente maduro, não é pedofilia. Pedofilia é a atração por crianças que não alcançaram a puberdade", afirma no vídeo. E acrescenta que a ideia do consentimento é "arbitrária e opressiva".

Yiannopoulos, editor de tecnologia do Breitbart, é um extravagante ativista criticado por ser considerado racista e misógino, mas que se considera um cruzado gay contra o "politicamente correto".

Também é um ruidoso seguidor de Trump, a quem chamou de "Daddy" durante a campanha eleitoral.

Yiannopoulos planejava falar na próxima sexta-feira em um evento convocado pela chamada Conferência de Ação Política Conservadora. Mas o convite foi retirado.

"Devido à revelação de um vídeo ofensivo nas últimas 24 horas no qual a pedofilia é justificada, a Conferência de Ação Política Conservadora decidiu retirar o convite", disse Matt Schlapp, chefe do grupo que patrocina a conferência.

A editora Simon & Schuster, por sua vez, informou que cancelou a publicação de "Dangerous", um manifesto e livro de memórias do próprio Yiannopoulos.

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