Agência France-Presse
postado em 21/03/2017 07:54
A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, destituída em dezembro passado, foi interrogada nesta terça-feira sobre o escândalo de corrupção e abuso de poder que a fez perder o cargo.
Park havia evitado durante meses prestar depoimento, protegida pela imunidade do cargo de líder do país asiático.
A ex-presidente pediu desculpas às pessoas reunidas diante da Promotoria de Seul, acrescentando que "me submeterei à investigação sinceramente".
Park foi destituída pelo Parlamento em dezembro, enquanto milhões de pessoas ocupavam as ruas para exigir seu impeachment por um escândalo de corrupção que abalou a classe política e empresarial do país.
A destituição de Park foi confirmada pelo Supremo Tribunal no início deste mês, acabando com a carreira política de uma mulher que cresceu no Palácio presidencial como filha do ditador Park Chung-hee.
O comboio de Park avançou lentamente na saída de sua residência, cercado por uma multidão de partidários que agitavam bandeiras e a acompanharam pelo trajeto.
Park se tornou a primeira mulher presidente da Coreia do Sul, ao ser eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.
Mas seu estilo distante e uma série de polêmicas, somadas ao descontentamento social e político, minaram sua popularidade.
A gota d;água foi o escândalo político que teve como figura central Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" pela imprensa. Amiga de Park há 40 anos, Choi Soon-sil foi acusada de utilizar sua influência para receber mais de 70 milhões de dólares de diferentes empresas sul-coreanas, e de intromissão nos assuntos do Estado.
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Park pediu perdão, em diversas ocasiões, pelo escândalo, mas sempre negou as acusações de ter agido ilegalmente. "Jamais busquei enriquecimento ou abusei do poder como presidente...".
Com a destituição de Park, a Coreia do Sul deve realizar eleições presidenciais em maio, e o favorito é Moon Jae-In, antigo líder do opositor Partido Democrático.