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França investiga suspeita de suborno na venda de submarinos ao Brasil

Justiça francesa investiga a denúncia de pagamento de suborno ligado ao gigantesco contrato de venda de submarinos Scorpène para o Brasil, firmado em 2008

Agência France-Presse
postado em 20/05/2017 17:41
A Justiça francesa investiga a denúncia de pagamento de suborno ligado ao gigantesco contrato de venda de submarinos Scorp;ne para o Brasil, firmado em 2008 - informou o jornal francês Le Parisien, neste sábado (20/5), em sua edição on-line.

Uma fonte próxima ao caso confirmou para a AFP a existência de uma investigação por suspeita de "atos de corrupção na venda de submarinos", mas sem dar mais detalhes.

Questionada pela AFP, a Procuradoria Nacional Financeira (PNF) "não confirmou, nem negou" as informações.

A investigação por suspeita de "corrupção de funcionários públicos estrangeiros" gira em torno do contrato de venda de quatro submarinos de ataque Scorp;ne, assinado em 23 de dezembro de 2008, no Brasil, pelo então presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Da ordem de 6,7 bilhões de euros, esse acordo incluía uma importante transferência de tecnologia para o Brasil.

O Scorp;ne é um submarino convencional, de última tecnologia, fabricado pelo estaleiro naval francês DCNS (Direction des Constructions Navales Services) em cooperação com o espanhol Navantia. Chile e Malásia têm dois desses submarinos. A Índia adquiriu seis, dos quais três já foram entregues.

À AFP, um porta-voz da DCNS disse que a companhia "não ter nada a ver com a Operação Lava Jato", acrescentando que a empresa "respeita escrupulosamente, no mundo todo, as regras do Direito".

A procuradora-geral da PNF, Eliane Houlette, esteve recentemente no Brasil, à frente de uma delegação, da qual também participou o chefe do Departamento Anticorrupção da Polícia (Oclciff, na sigla em francês), Thomas de Ricolfis.

Em nota de 9 de maio, ao comentar a visita dos franceses, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evocou a possibilidade de desenvolver investigações conjuntas sobre "casos concretos" de corrupção que "afetam ambos os países".

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