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Coalizão liderada pelos EUA mata 80 familiares de combatentes do EI

No início de abril, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump prometeu "destruir" o EI e "proteger a civilização"

Agência France-Presse
postado em 26/05/2017 09:33
Beirute, Líbano - Um novo ataque aéreo da coalizão liderada pelos Estado Unidos matou na madrugada desta sexta-feira ao menos 80 pessoas, incluindo 33 crianças, entre as famílias dos combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) em uma cidade do leste da Síria.
Este novo balanço é reportado no momento em que o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos pediu nesta sexta-feira "às forças aéreas de todos os Estados" que atuam na Síria a fazer mais para distinguir "civis de alvos militares", ressaltando que os extremistas se misturam às populações e as impedem de fugir.

De acordo com fontes médicas e civis do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "essas famílias estavam refugiadas no edifício da prefeitura de Mayadine", cidade controlada desde 2014 pelo EI e próxima da fronteira iraquiana.

"Este é o maior número de vítimas fatais de um bombardeio a atingir famílias de jihadistas na Síria", indicou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, que conta com uma ampla rede de fontes civis, médicas e militares. Mayadine recebeu nos últimos meses muitos deslocados vindos do Iraque e da cidade síria de Raqa, onde duas ofensivas são conduzidas pelas forças locais apoiadas pela coalizão internacional.

Este novo ataque acontece horas depois da morte de 37 civis, em sua maioria familiares de extremistas, na mesma cidade e também em um bombardeio da coalizão na quinta-feira à noite, de acordo com OSDH. Segundo o Observatório, a coalizão internacional realizou entre 23 de abril e 23 de maio seus ataques aéreos mais mortais contra civis em um período de um mês na Síria.

No início de abril, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump prometeu "destruir" o EI e "proteger a civilização". A coalizão começou a bombardear o EI no Iraque em agosto de 2014, antes de expandir suas operações para a Síria no mês seguinte.

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