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Copa-2022: $2 milhões teriam sido pagos à filha de membro da Fifa

A atribuição da sede da Copa do Mundo de 2022 ao Catar, definida em 2010, esteve envolvida em suspeitas de corrupção desde o início

Agência France-Presse
postado em 26/06/2017 16:58
A capital do Catar, Doha
Dois milhões de dólares teriam sido pagos à filha de 10 anos de um membro da Fifa antes da escolha do Catar para sede da Copa do Mundo de 2022, afirmou o diário alemão Bild, que publicou nesta segunda-feira (26/5) o relatório do investigador independente Michael Garcia.
O jornal alemão afirma ter tido acesso ao relatório de mais de 400 páginas do ex-procurador americano sobre o processo que escolheu Rússia e Catar como sedes das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. O relatório, encomendado pela Fifa, nunca foi publicado pela entidade.

[SAIBAMAIS]De acordo com o Bild, o relatório Garcia revelou que "um ex-membro executivo (da Fifa) felicitou membros da federação do Catar e agradeceu por e-mail o pagamento de centenas de milhares de euros" após a atribuição da competição ao Catar", escreveu o Bild.

"Dois milhões de dólares de origem desconhecida aterrissaram na poupança da filha de 10 anos de um membro da Fifa", continuou o jornal.

Segundo o veículo de imprensa alemão, "três membros executivos da Fifa com direito a voto foram a uma festa no Rio de Janeiro em um jato privado da Federação de Futebol do Catar antes da eleição para atribuição da sede da competição".

O maior complexo esportivo do mundo, o "Aspire Academy", uma organização catariana, também "esteve envolvida de maneira decisiva na manipulação de membros da Fifa com direito a voto", completou o jornal alemão.

A atribuição da sede da Copa do Mundo de 2022 ao Catar, definida em 2010, esteve envolvida em suspeitas de corrupção desde o início.

Uma investigação interna, conduzida pelo ex-procurador americano Michael Garcia, foi realizada. Após ler o relatório, a Câmara de Julgamento da Comissão de Ética da Fifa afirmou ter identificados comportamentos suspeitos por parte de membros da Fifa, mas nada que pudesse colocar em dúvida a atribuição das duas próximas Copas do Mundo.

Em 2014, Michael Garcia criticou a decisão da Fifa, afirmando que a leitura de seu relatório, que teve apenas uma parte publicada, havia sido parcial.

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