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Procuradora-geral diz que há 'terrorismo de Estado' na Venezuela

Em uma declaração à imprensa, a procuradora reiterou que a Venezuela se mantém "na presença da ruptura [da ordem] constitucional, continuam violando a Constituição e seguem desmantelando o Estado"

Agência France-Presse
postado em 28/06/2017 15:17

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, assegurou nesta quarta-feira (28/6) que o governo de Nicolás Maduro impôs um "terrorismo de Estado" por meio do máximo tribunal de justiça e pelos militares.

[SAIBAMAIS]"Aqui parece que todo o país é terrorista [...]. E eu acredito que temos um terrorismo de Estado, onde se perdeu o direito de se manifestar, onde as manifestações são reprimidas cruelmente, onde julgam civis na Justiça militar", afirmou Ortega.

Em uma declaração à imprensa, a procuradora reiterou que a Venezuela se mantém "na presença da ruptura [da ordem] constitucional, continuam violando a Constituição e seguem desmantelando o Estado".

"Estamos diante de ações de barbárie, promovem a violência, promovem o ódio, incitam a insurreição armada, estão como desesperados de que haja um levantamento militar ou algo assim, estão desesperados de que haja um golpe de Estado", destacou Ortega.

Embora a procuradora não tenha mencionado diretamente o fato, o governo venezuelano denunciou a noite de quarta-feira em que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) foi atacado com granadas por um helicóptero pilotado por um policial armado, como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

"Chamo o país a se manter agarrado à Constituição e à lei", destacou a funcionária, chavista confessa que se tornou a maior adversária do governo de Maduro.

Em sua declaração, Ortega também afirmou que "há a clara intenção de anular o Ministério Público" com duas sentenças emitidas na noite de terça-feira, que deram atribuições da investigação da Procuradoria ao defensor público, de situação, Tarek William Saab, e anularam a nomeação do vice-procurador.

"Desconheço estas sentenças [...]. O TSJ está derrogando a Constituição e isto não vou permitir", afirmou a procuradora, que assinalou: "defenderei a Constituição e a democracia até com a minha vida".

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