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Presidente do Conselho Europeu denuncia hipocrisia na cúpula do G20

"Nós precisamos de mais esforços internacionais para quebrar o modelo econômico de tráfico de migrantes", declarou Donald Tusk numa coletiva de imprensa durante a cúpula do G20 em Hamburgo

Agência France-Presse
postado em 07/07/2017 09:26
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, denunciou nesta sexta-feira (7/7) a hipocrisia e o cinismo de alguns países do G20 no combate ao tráfico ilícito de migrantes, embora sem nomeá-los.

"Nós precisamos de mais esforços internacionais para quebrar o modelo econômico de tráfico de migrantes", declarou numa coletiva de imprensa durante a cúpula do G20 em Hamburgo (norte da Alemanha), evocando, em particular, a rota migratória que passa pela Líbia e que mantém sob pressão a Itália e toda a Europa.

[SAIBAMAIS]"É por isso que proponho a todos os líderes do G20 para trabalhar sobre sanções específicas na ONU contra os traficantes", disse Tusk, que coordena os trabalhos do bloco de 28 membros. "É o mínimo que podemos fazer a nível mundial. Devo dizer que não temos apoio, mesmo para este mínimo. Se falharmos, será a triste prova da hipocrisia de alguns membros do G20", disse ele, sem nomear qualquer país.


"Devemos tentar convencer os nossos parceiros para que sejam mais ativos, mais positivos, menos cínicos e mais determinados no combate comum contra os traficantes e todo o tráfico na Líbia", declarou. Os parceiros da Itália na UE reconheceram a situação de emergência no país, oprimido pela chegada de milhares de migrantes.

Cerca de 100 mil imigrantes chegaram à Europa por mar desde janeiro, dos quais 85.000 desembarcaram na Itália, de acordo com os últimos dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Na semana passada, a Itália ameaçou vetar a entrada de navios estrangeiros transportando migrantes resgatados no Mediterrâneo e pediu aos seus parceiros uma "contribuição concreta".

A maioria dos migrantes que chegam a Itália não são requerentes de asilo, mas migrantes econômicos vindos principalmente da Nigéria, Bangladesh, Guiné, Costa do Marfim e Gâmbia. Quase todos tentam atravessar o Mediterrâneo a partir da costa da Líbia.

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