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Washington e Pequim aumentam pressão sobre Pyongyang

Conselho de Segurança da ONU aprovou texto para reduzir em um terço as receitas das exportações de Pyongyang

Agência France-Presse
postado em 06/08/2017 11:17
Washington e Pequim acentuaram, neste domingo (6), em Manila, a pressão sobre a Coreia do Norte para que renuncie a suas ambições nucleares após um endurecimento significativo das sanções da ONU, que poderiam custar um bilhão de dólares por ano a Pyongyang.

Após a adoção, no sábado (5), pelo Conselho de Segurança da ONU de um texto que visa reduzir em um terço as receitas das exportações de Pyongyang, os ministros das Relações Exteriores das grandes potências envolvidas na crise estavam presentes em Manila para um fórum regional da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou se sentir encorajado pelo voto. Mas algumas autoridades americanas advertiram que Washington irá observar de perto a China, principal aliado e parceiro comercial de Pyongyang, para assegurar que as sanções sejam respeitadas.

O chanceler chinês, Wang Yi, reuniu-se na capital filipina com o seu homólogo norte-coreano, Ri Hong-Yo, e exortou Pyongyang a cessar seus testes nucleares e de mísseis balísticos.

A nova resolução vai "ajudar a Coreia do Norte a tomar uma decisão boa e sábia", disse o ministro chinês à imprensa, de acordo com a tradução de seus comentários.

[SAIBAMAIS]Até o momento, Ri evitou os jornalistas. Mas em um editorial, publicado antes da votação da ONU, o jornal do partido único governante na Coreia do Norte advertiu contra qualquer agressão dos Estados Unidos.

"O dia em que os Estados Unidos ousarem incomodar o nosso país com uma ameaça nuclear e sanções, o continente americano será lançado em um mar de fogo inimaginável", assegurou o jornal.

Tillerson já se reuniu neste domingo com o russo Serguei Lavrov e deve encontrar Wang no final da tarde. O objetivo é reforçar ainda mais o isolamento diplomático da Coreia do Norte e reduzir os riscos de conflito.

"Foi um bom resultado", considerou Tillerson sobre a votação das sanções da ONU, antes da reunião com o seu homólogo sul-coreano Kang Kyung-Wha.

Uma funcionária do Departamento de Estado americano, Susan Thornton, ressaltou que Washington estará "atento" às sanções, recordando que nas resoluções anteriores a China acabou por "aliviar a pressão".

Nova resposta às ambições nucleares da Coreia do Norte, foi por unanimidade que o Conselho de Segurança adotou este texto que representa um sucesso para os Estados Unidos.

- Carvão e crustáceos -

Washington soube convencer seus parceiros chinês e russo de reforçar a pressão internacional contra um país acusado de ser uma "ameaça global".

Se a resolução for respeitada, Pyongyang será privado de um bilhão de dólares anualmente.

As novas sanções visam prevenir as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo, peixes e mariscos. Em sua totalidade, as exportações norte-coreanas rendem ao país a cada ano três bilhões de dólares.

Desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un, no final de 2011, a Coreia do Norte avança a passos largos para atingir o seu objetivo de ser capaz de realizar um ataque nuclear no continente americano.

O jovem líder supervisionou três testes nucleares e vários disparos de mísseis. O último texto da ONU quer obrigar Pyongyang a negociar, depois do disparo de dois mísseis balísticos intercontinentais em julho.

A gravidade da crise foi ressaltada por H. R. McMaster, conselheiro de Segurança nacional do presidente americano Donald Trump.

Ele declarou ao canal MSNBC que o presidente dos Estados Unidos estava estudando planos para uma possível "guerra preventiva".

"Ele afirmou que não iria tolerar o fato de a Coreia do Norte poder ameaçar os Estados Unidos", afirmou.

Washington também quer garantir o compromisso de Moscou de impor o embargo à Coreia do Norte, apesar do péssimo momento nas relações bilaterais.

O fórum anual da Asean em si reunirá a partir de segunda-feira na capital filipina os ministros das Relações Exteriores de 26 países e da União Europeia para discutir questões de segurança na região Ásia-Pacífico.

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