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Bolívia rechaça decisão de suspender a Venezuela do Mercosul

A chancelaria boliviana ainda afirmou que a decisão não contribui para o diálogo que o povo venezuelano precisa para superar suas diferenças

Agência France-Presse
postado em 06/08/2017 14:28
O governo boliviano rechaçou, neste domingo, a decisão dos quatro países fundadores do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - de suspender a Venezuela do bloco por "ruptura da ordem democrática" e garantiu que a a resolução "viola" normas do grupo, por não ter havido consulta.

"A Bolívia rechaça a suspensão da Venezuela do Mercosul", afirmou a chancelaria em um comunicado enviado à AFP, que ainda diz que a declaração emitida em São Paulo neste sábado "não contribui para o diálogo que o povo venezuelano precisa para superar suas diferenças". A Bolívia "não participou do procedimento de consultas" sobre a situação venezuelana, apesar de ter rubricado o Protocolo de Ushuaia, de 1998, sobre o compromisso democrático", apontou o ministério boliviano.

[SAIBAMAIS]Por isso, houve uma "violação do artigo 6 do mesmo Protocolo sobre a necessidade de consenso para a implementação de medidas a outro Estado", disse o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.

A Bolívia está em processo de adesão ao bloco, à espera da aprovação dos parlamentos dos demais países-membros. O governo de Evo Morales ainda afirmou que "não compartilha do argumento empregado para suspender a irmã República Bolivariana da Venezuela do Mercosul, sobre a existência de uma ;Ruptura da Ordem democrática;".

Na sua avaliação, "a convocação da Assembleia Constituinte é a mais clara prova do espírito democrático do povo venezuelano", e convidou os povos e governos do mundo a "defender a democracia e a soberania". Morales - aliado próximo da Venezuela desde o governo de Hugo Chávez - defendeu a formação da Constituinte e garantiu que há um plano orquestrado nos Estados Unidos para derrubar seu colega Nicolás Maduro.

Sobre o papel da Venezuela no Mercosul, o presidente boliviano pediu, no ano passado, que Caracas assumisse a presidência rotativa, mas enfrentou a oposição de alguns membros, principalmente Brasil e Argentina.

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