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Homem esfaqueia sete pessoas na Rússia e é abatido pela polícia

A polícia foi alertada e matou o criminoso, segundo o comitê

Agência France-Presse
postado em 19/08/2017 08:47
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou neste sábado um ataque a faca que deixou sete feridos em Surgut, na região russa da Sibéria, cujo autor foi morto pela Polícia, que abriu uma investigação por "tentativa de homicídio" e não por "terrorismo".

"O agressor na cidade de Surgut, na Rússia, é um soldado do EI", informou o grupo radical islâmico em um comunicado divulgado através de sua agência de propaganda, a Amaq, que também havia reivindicado os atentados que deixaram 14 mortos e mais de 100 feridos na quinta-feira na Espanha.

Em Surgut (Sibéria ocidental), um homem "atacou pedestres" por volta das 11H20 (3H20 de Brasília) nas ruas centrais da cidade de 330.000 habitantes na região petroleira de Khanty-Mansi, segundo o Comitê de Investigação russo, órgão responsável pelas principais investigações criminais.

Ao menos sete pessoas ficaram feridas, duas delas em estado grave, anunciou a Polícia em um comunicado. Todas as vítimas foram hospitalizadas.

O autor do ataque, que, encapuzado, tentou resistir à Polícia e foi morto, informaram as forças de segurança, destacando que tinham identificado o atacante, um homem nascido em 1994 em Surgut, e examinaram seus antecedentes psiquiátricos.

Foi aberta uma investigação "por tentativa de homicídio", sob o controle direto do diretor do comitê, Alexandre Bastrikine, anunciou o órgão em um comunicado.

Em um primeiro momento, a Polícia local indicou à agência russa Interfax que a pista de "um atentado terrorista não era a principal".

Mas a declaração foi questionada por muitos, incluindo o principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny.

"Um homem que corre com uma faca e que tenta matar o máximo de pessoas. O que é isto senão um atentado?", escreveu no Twitter.

Outros, como o senador russo Frants Klintsevitch, consideraram ao contrário que o ataque "não tinha nada a ver com o EI", declarando à rádio Govorit Moksova que, talvez para o grupo se tratasse de uma "operação RP", de relações públicas.


Segurança reforçada

Nas imagens difundidas por sites de informação e redes de televisão russas era possível ver o corpo do agressor coberto com um lençol branco, e um cão policial inspecionando o cadáver.

Outras imagens mostravam um ferido, cercado de uma poça de sangue.

Todos os feridos, com idades entre 27 e 77 anos, foram hospitalizados, segundo a Polícia. Foram feridos principalmente "na cabeça, na nuca e no estômago". Dois se encontram em estado grave, indicou o governo da região de Khany-Mansi, em um comunicado.

O prefeito de Surgut, Vadim Chuvalov, pediu calma à população desta cidade situada 2.100 km de Moscou, e afirmou que a polícia controlou a situação.

Um centro comercial próximo ao local do ataque foi evacuado e as medidas de segurança foram reforçadas, de acordo com os moradores da região.

O ataque aconteceu um dia depois de uma ação similar na Finlândia, onde um marroquino de 18 anos matou duas pessoas a facadas e deixou oito feridos na cidade de Turku, sudoeste do país. A polícia abriu uma investigação por terrorismo.

Na quinta-feira, a Espanha foi cenário de atentados em Barcelona e Cambrils, ambos reivindicados pelo EI, que deixaram 14 mortos e 120 feridos.

Na Rússia, um atentado no metrô de São Petersburgo (noroeste) deixou 16 mortos e dezenas de feridos em 3 de abril.

Desde o início de sua intervenção militar na Síria, em 30 de setembro do ano passado, a Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, é ameaçada pelo grupo EI e pelo braço sírio da Al-Qaeda.

O serviço secreto russo anunciou no início da semana a detenção de quatro supostos membros do EI, que planejavam atentados em centros comerciais e nos transportes públicos de Moscou.

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