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Venezuela acusa EUA de 'terrorismo psicológico' após nova sanção

"Estes tipos de listas (...) são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si uma forma de terrorismo psicológico e político", denunciou a chancelaria em um comunicado

Agência France-Presse
postado em 25/09/2017 17:52

A Venezuela acusou nesta segunda-feira (25/9) os Estados Unidos de exercer "terrorismo psicológico" para forçar uma mudança de governo, depois de ter sido incluída em uma lista de países com restrições para viajar ao território americano.

"Estes tipos de listas (...) são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si uma forma de terrorismo psicológico e político", denunciou a chancelaria em um comunicado.

[SAIBAMAIS]O texto acrescenta que a medida busca "exercer pressão sobre as instituições do Estado venezuelano e os pretensos funcionários sancionados (...) para coagir ou forçar uma mudança de governo venezuelano".

O decreto do presidente Donald Trump restringe o ingresso aos Estados Unidos de funcionários de uma longa lista de entidades do governo venezuelano e familiares.

"As sanções do governo americano são um troféu. Consideramos o máximo reconhecimento a nossas lutas históricas que o império ianque nos sancione", destacou, em declaração a jornalistas, o vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami.

Segundo a Casa Branca, Caracas adotou os padrões impostos pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), mas "não coopera na verificação de se seus cidadãos representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública".

"Que o presidente Trump faça o que lhe dê vontade, (...) Fez outra ameaça, outra agressão com uma lei de migração, ]que] faça o que bem entender, um império não vai deter a Venezuela", destacou El Aissami.

No comunicado, o governo de Nicolás Maduro tachou a sanção de "irracional", a qual se soma a outras que proíbem negociar nova dívida pública emitida pelo Estado ou pela petroleira PDVSA.

O Departamento do Tesouro já tinha aplicado sanções financeiras ao próprio Maduro e a cerca de vinte funcionários e ex-colaboradores, segundo informou, como forma de pressionar para que a democracia se restabeleça no país petroleiro.

Esta medida faz parte de uma "campanha de agressões sistemática", afirmou a chancelaria, destacando que a restrição de viagens "busca justificar a utilização de temas tão sérios como a luta contra o terrorismo como um meio para alcançar objetivos políticos".


O governo venezuelano advertiu que diante disso poderia tomar ações com base no princípio da reciprocidade".

No domingo (24/9), Venezuela, Coreia do Norte e Chade foram incluídos em uma nova lista de países cujos cidadãos estão proibidos de viajar aos Estados Unidos por sua pouca segurança ou falta de cooperação com Washington, de acordo com decreto do presidente Donald Trump.

Washington impôs uma proibição total de viagens aos cidadãos da Coreia do Norte e do Chade, enquanto as restrições para a Venezuela se limitam aos funcionários de uma longa lista de órgãos governamentais e seus familiares.

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