Mundo

Dois mil rohingyas se refugiam na costa da Mianmar a caminho de Bangladesh

Eles são alvo de uma violenta repressão por parte do Exército birmanês

Agência France-Presse
postado em 30/09/2017 13:24
Yangon, Mianmar - Mais de dois mil rohingyas estão concentrados na costa de Mianmar após fugirem de seus povoados, no estado de Rakhine (oeste), nesta semana, tentando chegar ao vizinho Bangladesh - relatou neste sábado (30/9) um jornal birmanês pró-governo.

Esses refugiados se somam ao meio milhão de pessoas que deixaram a região, alvo de uma violenta repressão por parte do Exército birmanês. A ONU classificou essa ofensiva militar como "limpeza étnica".

Em Bangladesh, onde os refugiados da minoria muçulmana estão concentrados em acampamentos, autoridades e ONGs declararam a superlotação, diante da chegada maciça de pessoas.

Leia mais notícias em Mundo

Na sexta (29/9), a polícia bengali anunciou ter impedido 20 mil rohingyas de cruzarem a fronteira com Mianmar.

Entre os dois mil que chegaram esta semana à costa birmanesa, a maior parte se concentrou em uma praia perto da aldeia de Lay Yin Kwin, segundo o jornal oficial do país Global New Light of Myanmar, que publicou fotos de mulheres e crianças na areia, vigiadas por agentes de segurança.

Os rohingyas "começaram a sair de sua região na terça-feira, explicando que não se sentiam seguros porque viviam em uma área muito pouco povoada e que a maioria de seus familiares tinha ido para Bangladesh", completou o veículo.

Após fugir de suas aldeias, segundo eles incendiadas pelo Exército e por milicianos budistas, os rohingyas cruzaram o rio Naf - na fronteira entre Mianmar e Bangladesh - em pequenos barcos lotados.

Os rebeldes rohingyas e as Forças Armadas birmanesas se acusam mutuamente de cometer atrocidades, de incendiar aldeias e de assassinar civis desde que o Exército começou, no fim de agosto, uma campanha violenta de repressão, por causa de uma série de ataques rohingyas contra delegacias de polícia.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação