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UE não vê progressos suficientes para avançar à segunda fase no Brexit

Os europeus desejam "progressos suficientes" nas atuais prioridades da negociação: garantir os direitos dos cidadãos diretamente afetados pela saída britânica da UE

Agência France-Presse
postado em 03/10/2017 09:55
O negociador da UE Brexit, Michel Barnier, e o Ministro da Brexit, David Davis

Estrasburgo, França -
O negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier, afirmou que "hoje" não existem progressos suficientes nas conversações de divórcio com o Reino Unido para passar à segunda fase, que poderia incluir a discussão de um acordo comercial.

"Ainda não alcançamos no dia de hoje os progressos suficientes para iniciar com confiança a segunda fase das negociações, primeiro sobre um eventual período de transição e em seguida uma discussão sobre nossa futura relação", disse Barnier.

As declarações do negociador europeu, no plenário do Parlamento Europeu reunido em Estrasburgo (nordeste), acontecem uma semana antes da nova rodada de negociações do divórcio entre Reino Unido e a UE prevista a partir de segunda-feira em Bruxelas.

O presidente do Executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, afirmou na semana passada que apenas um "milagre" durante a próxima rodada de negociações levaria aos progressos exigidos pelos europeus e abriria a porta para uma conversação sobre as futuras relações, como deseja o Reino Unido.

Os europeus desejam "progressos suficientes" nas atuais prioridades da negociação: garantir os direitos dos cidadãos diretamente afetados pela saída britânica da UE, o valor que Londres deve pagar por sua retirada e a questão irlandesa.

Barnier indicou que ainda existem "sérias divergências" na questão financeira. "Não aceitaremos pagar a 27 o que se decidiu a 28", disse o negociador europeu, para quem os contribuintes dos 27 "não devem pagar as consequências de uma decisão que não tomaram".

Outra divergência, segundo Barnier, diz respeito à garantia dos direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido. A UE considera que a jurisdição competente é o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), algo que os britânicos rejeitam de modo veemente.

Os governantes europeus, sem a britânica Theresa May, pretendiam certificar os progressos necessários nas negociações de divórcio durante próxima reunião de cúpula, nos dias 19 e 20 de outubro em Bruxelas, um calendário que parece cada vez menos provável. Os eurodeputados devem aprovar uma resolução que pede aos líderes europeus o adiamento de sua avaliação.

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