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Governo espanhol pede ao presidente catalão que não faça nada irreversível

O governo espanhol pediu nesta terça-feira (10/10) ao presidente regional catalão Carles Puigdemont, que pode declarar nas próximas horas de modo unilateral a independência da Catalunha

Agência France-Presse
postado em 10/10/2017 08:25
Madri, Espanha - O governo espanhol pediu nesta terça-feira (10/10) ao presidente regional catalão, Carles Puigdemont, que pode declarar nas próximas horas de modo unilateral a independência da Catalunha, "que não faça nada irreversível".

"Quero pedir ao senhor Puigdemont que não faça nada irreversível, que não siga nenhum caminho sem volta, que não realize nenhuma declaração unilateral de independência, que volte à legalidade", disse à imprensa o porta-voz do governo da Espanha, Íñigo Méndez de Vigo.

"A Europa afirmou com toda clareza que não aceitará uma declaração de independência da Catalunha", completou o porta-voz, que lembrou o apoio recebido pelo governo de Mariano Rajoy do exterior.

"Portanto, não deve fazer nada que, no fim, não tenha efeito", insistiu Méndez de Vigo.

Puigdemont vai discursar nesta terça-feira para os deputados do Parlamento da Catalunha, em Barcelona. O governo catalão não antecipou o discurso do presidente regional, mas ele pode declarar de maneira unilateral a independência desta região que representa 16% da população e 19% do PIB da Espanha.

O governo independentista catalão afirma que venceu o referendo de autodeterminação de 1; de outubro, proibido pela Justiça espanhola. De acordo com as autoridades locais, o "sim" venceu a consulta com 90,18% dos votos, com uma taxa de participação de 43%.

Desde a consulta, o Executivo catalão foi muito pressionado tanto pelo governo espanhol, que ameaça suspender a autonomia da Catalunha, como do setor econômico, após a transferência da sede de várias empresas da região.

O porta-voz do governo espanhol destacou nesse sentido que "há muitas empresas, grandes, pequenas, médias, que estão deixando a Catalunha porque não confiam em seu governo".

Entre as empresas que decidiram retirar a sede social da Catalunha figuram os bancos CaixaBank e Sabadell, a gigante de energia Gas Natural e a empresa de rodovias Abertis.

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