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Comissão deve revisar financiamento da UE à Turquia

Vários países europeus viveram episódios de grande tensão com a Turquia desde a tentativa de golpe em julho de 2016, respondida pelo presidente conservador islâmico Recep Tayyip Erdogan com milhares de prisões

Agência France-Presse
postado em 20/10/2017 18:15

Os países da União Europeia pediram para a Comissão Europeia estudar se é preciso "cortar ou reorientar os fundos de pré-adesão" para a Turquia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta sexta-feira (20/10), ao fim de uma reunião dos 28 mandatários do bloco.

[SAIBAMAIS]Vários países europeus viveram episódios de grande tensão com a Turquia desde a tentativa de golpe em julho de 2016, respondida pelo presidente conservador islâmico Recep Tayyip Erdogan com milhares de prisões.

Tusk indicou que a "Turquia deve respeitar a todos os Estados-membros em suas relações com a UE" e expressou o desejo dos 28 de "manter a porta aberta" para Ancara. Contudo, "a atual realidade na Turquia torna isso difícil", afirmou.

Durante sua recente campanha eleitoral, a chanceler alemã Angela Merkel anunciou que iria propôr aos colegas europeus interromper as negociações de adesão da Turquia ao bloco e, na cúpula, pediu a revisão ou redução dos fundos pagos a Ancara no âmbito deste processo.

O orçamento atual da UE, vigente de 2014 a 2020, prevê bilhões de euros para ajudar o governo turco a executar reformas para se aproximar do bloco, como melhoria da democracia, do Estado de direito e o respeito aos direitos fundamentais.

Contudo, por causa da paralisação quase completa das negociações há anos, menos de 400 milhões de euros foram destinados a projetos, e a Comissão aponta que a maior parte desse montante vai para ONGs, e não para autoridades turcas.

Apesar da posição de Merkel, a maioria dos dirigentes europeus não quer dar fim à cooperação estratégica com a Turquia, um aliado da UE na luta contra o extremismo e para frear a chegada de imigrantes à sua costa.

"Devemos evitar uma ruptura e manter um diálogo muito firme e muito exigente", disse nesta sexta o presidente francês, Emmanuel Macron.

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