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Museu dos EUA inaugura mostra de hologramas de sobreviventes do Holocausto

A exposição usa tecnologia de reconhecimento de voz e de aprendizado automático para permitir que os visitantes perguntem aos sobreviventes e ouçam suas respostas

Agência France-Presse
postado em 27/10/2017 19:44

A exposição usa tecnologia de reconhecimento de voz e de aprendizado automático para permitir que os visitantes perguntem aos sobreviventes e ouçam suas respostas

Sentada no cenário de um museu perto de Chicago, Adina Sella fala sobre sua vida como sobrevivente do Holocausto, enquanto um grupo de estudantes escuta encantado - sobretudo porque ela não está realmente ali. Sua imagem é projetada na forma de um holograma interativo e em movimento e faz parte da primeira exposição deste tipo no Museu do Holocausto de Illinois, cujo objetivo é preservar as histórias de uma geração que está prestes a desaparecer.

"Ela rouba toda sua atenção", disse a professora Samantha O;Neill, da Northside Catholic Academy de Chicago, sobre os alunos que trouxe para a mostra. "Realmente parece que ela está sentada na sua frente", disse.

A exposição usa tecnologia de reconhecimento de voz e de aprendizado automático para permitir que os visitantes perguntem sobre as odisseias dos sobreviventes da Segunda Guerra Mundial e ouçam suas respostas.

[SAIBAMAIS]Treze sobreviventes do Holocausto - a maioria dos quais vive nos Estados Unidos, mas também no Canadá, em Israel e na Grã-Bretanha - foram filmados para a exposição. Eles responderam a milhares de perguntas durante aproximadamente uma semana de gravação de vídeos em alta definição.

"Isso nos prepara para o dia em que nossos sobreviventes não estiverem mais aqui", disse Susan Abrams, diretora-executiva do museu.

À medida que os sobreviventes do Holocausto envelhecem, as organizações têm que lidar com o dilema de como preservar suas histórias. A Fundação Shoah, parte da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, foi o grupo que se associou ao Museu Illinois para criar esses hologramas.

O projeto levou quase três anos. O produto final estreia no domingo e oferece uma conversa em tempo real com a imagem de um sobrevivente. Os primeiros testes da exposição, que custou 5 milhões de dólares, têm sido estimulantes, segundo Abrams.

"O público se sente mais confortável fazendo perguntas ao holograma, porque não se preocupam em ferir seus sentimentos, ou incomodá-los. Por isso, é uma ferramenta realmente poderosa", garantiu.

Antes de estrear no domingo, dezenas de alunos escutaram Sella. "Quantos anos você tem agora?", perguntou um menino. O holograma ofereceu uma resposta de forma que funcionará sempre: "Nasci em 1 de dezembro de 1935, então, por favor, imagine".

O museu planeja licenciar o projeto para outras instituições, para que também possam criar exposições. "Queremos que isso seja experimentado em nível mundial", disse Abrams.

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