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Presidente deposto pede oposição democrática à intervenção na Catalunha

"Nossa vontade é continuar trabalhando para cumprir os mandatos democráticos e, ao mesmo tempo, buscar a maior estabilidade e tranquilidade" , disse o líder separatista Carles Puigdemont

Agência France-Presse
postado em 28/10/2017 12:14

O separatista Carles Puigdemont, destituído por Madri da presidência da Catalunha, pediu neste sábado que os cidadãos se oponham democraticamente à intervenção do governo central, após a declaração de independência pelo Parlamento catalão.

"Nossa vontade é continuar trabalhando para cumprir os mandatos democráticos e, ao mesmo tempo, buscar a maior estabilidade e tranquilidade", disse o líder separatista, que não parece reconhecer a destituição declarada nesta sexta-feira pelo Executivo espanhol de Mariano Rajoy.

"Está claro que a melhor maneira de defender as conquistas obtidas até hoje é a oposição democrática à aplicação do artigo 155" da Constituição, usando pelo poder central para destituí-lo, disse Puigdemont em seu discurso televisionado.

"Nós continuaremos a trabalhar para construir um país livre", acrescentou o líder separatista, cercado por uma bandeira da Catalunha e outra da União Europeia.

A versão por escrito de seu pronunciamento foi divulgada e tem a assinatura de "Carles Puigdemont, presidente da Generalitat (governo) da Catalunha".

Para ele, sua destituição e a dissolução do Parlamento para convocar eleições, decretados por Madri "são decisões contrárias à vontade expressa pelos cidadãos do nosso país nas urnas".

Em um trecho crítico, pediu aos catalães para defenderem a República proclamada no dia anterior pelos partidos separatistas que dominam o Parlamento regional. "A etapa em que entramos temos que continuar defendendo com um incansável senso cívico e compromisso pacífico", afirmou.

Contudo, esta república proclamada após o referendo inconstitucional de 1 de outubro não foi reconhecida por nenhum país da comunidade internacional, que respaldou a postura de Rajoy.

Ela também é rechaçada por grande parte da sociedade catalã, que está dividida quase em partes iguais entre partidários e contrários da independência, e pelo poder econômico, diante da fuga de empresas iniciada após a controversa votação.

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