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Ao menos 50 pessoas foram mortas em atentado na Nigéria

O atentado não foi reivindicado até o momento, mas tem a marca do grupo Boko Haram, que executa ataques suicidas na região

Agência France-Presse
postado em 21/11/2017 10:41
Kano, Nigéria - Ao menos 50 pessoas morreram nesta terça-feira (21/11) em um atentado suicida atribuído ao grupo jihadista Boko Haram em uma mesquita em Mubi, cidade do nordeste da Nigéria. A explosão aconteceu durante as orações da manhã na mesquita de Madina em Mubi, cidade na fronteira com Camarões e cerca de 200 km ao norte da capital do estado de Adamawa, Yola.

"No momento, temos pelo menos 50 mortos e vários feridos após um ataque suicida contra uma mesquita de Mubi durante a oração matutina", declarou à AFP o porta-voz da polícia do estado de Adamawa, Othman Abubakar.

O homem-bomba "se misturou aos fiéis" para entrar na mesquita e "ativou os explosivos" durante as orações, completou o policial. Os feridos, um número não revelado, foram transferidos para os hospitais da região.

O atentado não foi reivindicado até o momento, mas tem a marca do grupo Boko Haram, que executa ataques suicidas na região. As ações do grupo extremista nos últimos oito anos deixaram pelo menos 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados no nordeste da Nigéria.

"Não suspeitamos de uma pessoa em particular, mas sabemos quem está por trás desses ataques", comentou Othman Abubakar, sem citar o grupo extremista islâmico.


Mais cedo, o diretor da Agência de Gestão de Emerg~encias (Sema) de Adamawa, Haruna Furo, e o presidente do governo local de Mubi norte, Musa Hamad Bello, confirmaram o ataque à AFP, citando quinze mortos, mas indicaram que o balanço de vítimas poderia aumentar.

O estado de Adamawa, muito afetado pela violência no auge da insurreição em 2014-2015, registrou um progressivo e frágil retorno à calma na comparação com o estado vizinho de Borno, epicentro do conflito.

Mas os ataques extremistas foram retomados nas últimas semanas nesta região fronteiriça com Camarões e próxima aos montes Mandara, onde o Boko Haram tem vários acampamentos. Este foi o atentado mais mortal realizado na região desde uma emboscada em julho contra um comboio transportando os membros de uma missão de prospecção petrolífera em Borno, que fez 70 mortos.

Abubakar Sule, que vive perto da mesquita, disse que acabava de voltar para casa quando ouviu a explosão. "Ajudei nas operações de socorro. Quarenta pessoas morreram no local e várias outras foram levadas para o hospital com lesões graves e fatais", relatou.

"O telhado desabou. As pessoas que estavam perto da mesquita disseram que o homem-bomba, que estava entre os fiéis, acionou seus explosivos durante as orações". Para este morador, não há dúvida: "é obviamente o trabalho do Boko Haram". Muitos feridos foram transferidos para hospitais da região, de acordo com diferentes fontes que não citaram números.

O Boko Haram invadiu Mubi no auge de sua insurgência no final de 2014, quando seus combatentes conquistaram muitas localidades e territórios no nordeste da Nigéria para estabelecer um "califado islâmico". O nome da cidade foi mudado temporariamente para Madinatul Islam, ou "Cidade do Islã" em árabe, durante a ocupação do Boko Haram.

Pelo menos duas mulheres e um soldado foram mortos no início de novembro em um ataque realizado por dezenas de jihadistas em Gulak, na região de Madagali, no extremo-norte do estado de Adamawa. Os insurgentes tentaram apoderar-se da cidade antes de serem repelidos pelo exército.

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