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Buscas prosseguem sem trégua por submarino argentino desaparecido

A busca "não tem prazo de conclusão e continuará dia e noite com a ajuda de 13 países", declarou na sexta-feira à noite o porta-voz da Armada Argentina, o capitão Enrique Balbi

Agência France-Presse
postado em 25/11/2017 12:22
A operação de busca pelo submarino argentino que provavelmente explodiu no Atlântico Sul com 44 tripulantes a bordo continuava neste sábado (25/11) com a mesma intensidade, na expectativa de localizá-lo no fundo do oceano graças à chegada de sofisticados equipamentos russos.

A busca "não tem prazo de conclusão e continuará dia e noite com a ajuda de 13 países", declarou na sexta-feira à noite o porta-voz da Armada Argentina, o capitão Enrique Balbi.

A notícia sobre a explosão ocorrida no "ARA San Juan" entre Ushuaia (extremo sul) e Mar del Plata (400 km ao sul de Buenos Aires), três horas após o último contato com a base, desesperou as famílias dos tripulantes.

Muitos dão como certa a morte de todos a bordo, enquanto outros permanecem esperançosos e aguardam novidades na base naval de Mar del Plata.

Apesar das últimas notícias desalentadoras, a operação de "busca e resgate" não diminuiu e ganhou novo impulso com a chegada do avião militar russo Antonov a Comodoro Rivadavia, 1.750 km ao sul de Buenos Aires, na noite de sexta-feira.

O Antonov, de 60 metros, trouxe um submarino teleguiado que pode varrer os 1.000 metros de profundidade onde se presume que esteja o "ARA San Juan".

O avião russo chegará neste sábado em Ushuaia, de onde começará o rastreamento do fundo do mar, fazendo a rota que o San Juan deveria ter percorrido.

"Os radares cobrem profundidades entre 200 e 1.000 metros", indicou o porta-voz da Marinha argentina.

Quando perguntado se ainda mantinham esperanças de encontrar alguém vivo, ele respondeu: "ainda não descartamos nenhuma hipótese".

Cerca de 5.000 homens correm contra o relógio, com as mais equipes de resgate de submarinos mais sofisticadas do mundo.

A operação incluiu uma modificação titânica no convés da embarcação norueguesa Sophie Siem, da petrolífera francesa Total, na qual trabalham um exército de soldadores para abrir um enorme buraco na sua popa.

Ali será transportada uma capsula de resgate submarino enviada pelos Estados Unidos. Capaz de descer 200 metros, pode resgatar até 16 pessoas por imersão em viagens de 20 minutos, segundo especialistas.

"Vamos continuar com as buscas, especialmente agora que temos o apoio total da comunidade internacional e os avanços tecnológicos. Isso exigirá uma investigação séria, profunda, que dê certeza do que aconteceu", disse o presidente argentino Mauricio Macri na sexta-feira.

O ARA San Juan se comunicou pela última vez em 15 de novembro, quando navegava em direção à sua base no porto de Mar del Plata. Ele reportou uma avaria nas baterias.

Macri alertou que "até que tenhamos a informação completa, não vamos nos aventurar a procurar culpados. Primeiro devemos ter certeza do que aconteceu e por que aconteceu".

"Quero dizer ao almirante (Marcelo Srur, chefe naval) que ele não está em condições de ter uma força sob seu comando, que deve ir embora, e ao presidente (Mauricio Macri) que ponha ordem nisso", reclamou María Rosa Belcastro, parente de um tripulante falando à imprensa em Mar del Plata.

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