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Bali reabre aeroporto apesar do risco de erupção do vulcão Agung

Preocupadas com o risco que a fumaça gerada pelo vulcão representa para os aviões, as autoridades pensavam em manter o aeroporto fechado até o meio-dia de quinta-feira (30/11)

Agência France-Presse
postado em 29/11/2017 09:30
Uma placa de informação de voo mostra a lista de voos atrasados %u200B%u200Bdevido ao vulcão no aeroporto internacional Ngurah Rai em Denpasar, em Bali

Dempassar, Indonésia -
O aeroporto internacional de Bali reabriu nesta quarta-feira (29/11), depois de passar três dias fechado em consequência da fumaça gerada pelo vulcão Agung, o que permitirá retirar 120.000 turistas bloqueados nesta ilha turística da Indonésia.

O aeroporto voltou a operar a partir das 15h locais (5h, de Brasília). "Continuamos vigiando a situação de forma constante", afirmou à AFP o porta-voz do aeroporto Ngurah Rai de Bali, Aroe Ahsanurrohim, que não descartou a possibilidade de um novo fechamento em caso de nova mudança na direção do vento.

Preocupadas com o risco que a fumaça gerada pelo vulcão representa para os aviões, as autoridades pensavam em manter o aeroporto fechado até o meio-dia de quinta-feira (30/11). Mas o vento mudou de direção e afastou as nuvens de cinzas.

Situado a 75 quilômetros dos principais destinos turísticos de Kuta e Seminyak, o vulcão do Monte Agung, que tem 3.000 metros de altitude, emite espessas colunas de fumaça cinza há vários dias, o que provoca o temor de uma erupção a qualquer momento.

Quase 120.000 turistas estavam bloqueados nesta quarta-feira na ilha, conhecida por suas praias paradisíacas. Dezenas de milhares de pessoas abandonaram suas casas nas proximidades do vulcão, na zona leste da ilha. O número de habitantes afetados pode chegar a 100.000, de acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres.

O vulcão Agung em erupção visto do subdistrito de Kubu na região de Karangasem, na ilha turística de Bali

Ocorrida em 1963, a última erupção do Agung deixou 1.600 mortos, porque muitos moradores não foram retirados a tempo. Analistas consideram que a atual atividade do vulcão corresponde à registrada na erupção há 54 anos.

Em 1963, o Agung liberou quase um bilhão de toneladas de escombros na atmosfera, gerando uma nuvem que chegou a Jacarta, a quase 1.000 quilômetros da ilha, e provocou uma escuridão que reduziu a temperatura do planeta em 0,3 grau durante um ano.

"Constantemente, acontecem pequenas erupções, mas uma erupção explosiva mais importante continua possível", declarou um cientista da agência indonésia de vulcanologia, I Gede Suantika. "A atividade continua sendo elevada, e o nível de alerta permanece no ponto máximo", completou.

Cartazes com o alerta "Zona vulcânica, perigo. Proibido entrar" foram espalhados pela região do Monte Agung. As autoridades estabeleceram uma zona de exclusão de 10 quilômetros. A fumaça do vulcão também provocou várias interrupções no aeroporto internacional de Lombok, ilha vizinha de Bali, que permanecia aberto nesta quarta-feira.

Entre os turistas bloqueados em Bali, os mais numerosos eram os chineses, seguidos por australianos, indianos e japoneses. O Agung é um dos 129 vulcões deste arquipélago do Sudeste Asiático situado no "círculo de fogo" do Pacífico, onde o choque das placas tectônicas provoca terremotos frequentes e uma importante atividade vulcânica.

O Agung entrou em atividade em setembro, o que provocou a retirada de 140.000 habitantes. Muitos retornaram em outubro, com a redução da atividade vulcânica. Na semana passada, foram registradas colunas de fumaça cinza em dois momentos, fenômeno que os especialistas classificaram de erupção freática, suscetível de provocar uma erupção maior.

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