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Governo de Honduras declara estado de sítio por violência eleitoral

Desde quarta-feira, milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital, com reflexos no restante do país

Agência France-Presse
postado em 02/12/2017 12:00
O decreto ordena a detenção de qualquer pessoa em trânsito nos horários interditados O governo de Honduras decretou, na sexta-feira à noite (2/12), um estado de exceção que restringe as garantias à livre-circulação, com o objetivo de conter as violentas manifestações registradas em diferentes regiões do país após as eleições de domingo passado.

O decreto executivo aprovado pelo presidente Juan Orlando Hernández aponta que "fica restringida, por um prazo de dez dias (...), a livre-circulação de pessoas" entre as 18h locais e 6h do dia seguinte, anunciou o ministro-chefe da Casa Civil, Jorge Ramón Hernández Alcerro.

O estado de exceção começou às 23h locais (3h, em Brasília) de sexta.

Não são afetados pela medida representantes do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), representantes de partidos políticos, observadores nacionais e internacionais e jornalistas acreditados para cobrir as eleições.

Tampouco se aplicará a restrição de circulação aos trabalhadores do transporte de cargas, socorristas, pessoal médico e de enfermaria, membros de segurança e Justiça, funcionários do Estado, membros do corpo diplomático e consular, missões internacionais e membros da comissão nacional de direitos humanos.

O decreto ordena a detenção de qualquer pessoa em trânsito nos horários interditados, ou suspeita de causar danos a outras pessoas, ou a seus bens.

Desde quarta-feira, milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital, com reflexos no restante do país, com bloqueios de estradas com barricadas, exigindo se conceda a vitória eleitoral do candidato da esquerdista Aliança de Oposição contra a Ditadura, Salvador Nasralla.

A Aliança é coordenada pelo ex-presidente de esquerda derrubado do poder em 2009, Manuel Zelaya.

Após a apuração de 94,31% das urnas, o presidente Hernández, do Partido Nacional (PN, de direita), que tenta a reeleição, somava 42,92% dos votos contra 41,42% de seu rival, o jornalista Nasralla.

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