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Oposição venezuelana pede paciência em negociação com o governo

Organizações de direitos humanos que acompanham os diálogos exigem rapidez

Agência France-Presse
postado em 04/12/2017 15:58
de negociação

Os delegados da oposição nas negociações com o governo de Nicolás Maduro pediram nesta segunda-feira (4) paciência para concluir acordos, embora tenham enfatizado "a urgência" por soluções diante da falta de alimentos e remédios na Venezuela. "Estamos na etapa mais delicada, na fase em que devemos alcançar acordos. Entendo que há angústia neste momento (...), mas recomendo paciência, confiança com a equipe de negociação", declarou o deputado Luis Florido em uma coletiva de imprensa.

Uma primeira rodada de negociações na República Dominicana terminou no sábado sem acordos, mas as partes destacaram "progressos significativos" e estabeleceram uma nova reunião nesse país em 15 de dezembro, com o compromisso de buscar um pacto "definitivo". "Espero que (nesse dia) possamos informar o país que temos boas notícias", acrescentou Florido, fazendo um balanço em nome da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD).

[SAIBAMAIS]Organizações de direitos humanos que acompanham os diálogos exigem rapidez. "Há venezuelanos morrendo. Aqueles que precisam de seus medicamentos não podem esperar", declarou no domingo o presidente da ONG Codevida, Francisco Valencia.



A escassez de medicamentos afeta cerca de quatro milhões de pessoas com doenças crônicas como câncer, HIV e hipertensão, bem como pacientes transplantados, de acordo com Codevida. Florido insistiu nesta segunda-feira pelo estabelecimento de "um canal humanitário" para a entrada de alimentos e medicamentos básicos, e assegurou que países como o Brasil e a Colômbia demonstraram vontade de ajudar.

"Há muitos países que ofereceram apoio e os venezuelanos têm grandes necessidades (...) O governo tem a responsabilidade de abrir os olhos", afirmou Florido. O chavismo - que nega que exista uma "crise humanitária" na Venezuela - descarta essa possibilidade, considerando que isso abriria as portas para "uma intervenção militar".

"A Venezuela não é um país de mendigos, como alguns afirmam em relação à ajuda humanitária", afirmou Maduro no domingo. Jorge Roig, empresário que faz parte de um grupo de conselheiros da MUD, enfatiza que as questões não podem ser tratadas isoladamente, mas no âmbito de um "acordo geral". Nas negociações, acompanhadas por Bolívia, Chile, México, Nicarágua, Paraguai e São Vicente e Granadinas, a MUD também exige "um caminho claro" para as eleições presidenciais de 2018, nas quais Maduro aspira a reeleição.

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