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Nassar é condenado e pode pegar até 175 anos de prisão por abusos sexuais

Antes da leitura da sentença, o ex-médico da seleção americana de ginástica pediu desculpas pela "dor, trauma e destruição emocional" de suas vítimas

Agência France-Presse
postado em 24/01/2018 17:03
Antes da leitura da sentença, o ex-médico da seleção americana de ginástica pediu desculpas pela
O ex-médico da seleção americana de ginástica, Lawrence "Larry" Nassar, foi condenado nesta quarta-feira (24/1) a pena de 40 a 175 anos de prisão, por conta de abusos sexuais contra dezenas de atletas ao longo de pelo menos três décadas.

"Acabo de assinar sua sentença de morte. Você não tem direito de voltar a caminhar fora de uma prisão", disse a juíza Rosemarie Aquilina.

Na visão da magistrada, "você ainda não entende que é perigoso". Aquilina disse estar convencida do poder de reabilitação, "mas não vejo que isso seja possível com você".

Ao ler a sentença, a juíza Aquilina acrescentou que "no caso de que algum dia você volta a estar em liberdade, algo do que duvido muito, deverá registrar-se como agressor sexual".

Pouco antes, Nassar pediu desculpas pela "dor, trauma e destruição emocional" de suas vítimas.

"Não existem palavras para descrever a profundidade e a amplitude do quanto lamento o que aconteceu", expressou o ex-médico, que tratou de se dirigir a algumas das atletas denunciantes na sala mas foi interrompido por um chamado da juíza.

Nassar, de 54 anos, esteve vinculado ao grupo da Federação Estado-unidense de Ginástica durante quase 30 anos, atendendo às principais estrelas do time. Várias campeãs mundiais e multi-medalhistas olímpicas passaram por seu consultório.

Talentos da envergadura de Simone Biles, Aly Raisman, Alexis Moore, McKayla Maroney e Gaby Douglas, entre outras, denunciaram os abusos sexuais que sofreram durante anos por parte de Nassar.

Investigação independente

Em carta aberta que foi enviada após decisão do tribunal, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) anunciou que vai abrir investigação independente sobre os casos de abuso sexual das ginastas.

O chefe executivo do USOC, Scott Blackmun, disse que a investigação buscará esclarecer "quem sabia do que e quando".

"A USOC decidiu lançar uma investigação por uma terceira entidade independente para examignar como um abuso desta magnitude poda passar desapercebido durante tanto tempo", escreveu Blackmun.

Em dezembro de 2017, Nassar já tinha sido condenado a 60 anos de prisão por posse de pornografia infantil.

O escândalo motivou a renúncia de vários dirigentes da Federação na última segunda-feira. Em novembro, o presidente Steve Penny perdeu o cargo por conta das denúncias envolvendo o ex-médico.

A saída dos funcionários se tornou inevitável depois da estrela Rainsman se perguntar como foi possível Nassar ter abusado de atletas durante décadas sem que a Federação fizesse algo para evitar.

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