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Oposição venezuelana protesta por eleições antecipadas

Ao longo do dia houve assembleias cidadãs em que se debateram saídas para a grave crise política e socieconômica

Agência France-Presse
postado em 17/03/2018 18:19
A oposição venezuelana realizou neste sábado (17/3) pequenas concentrações em várias cidades para rechaçar as eleições presidenciais de 20 de maio, que considera fraudulentas, e garantiu que protestará até conseguir "eleições livres".

Ao longo do dia houve assembleias cidadãs em que se debateram saídas para a grave crise política e socieconômica que tem obrigado milhares de pessoas a deixar o país nos últimos anos.

"As assembleias são uma demonstração de resistência frente a um regime que quer nos negar direitos. Devemos resgatar o direito a eleger livremente e por isso lutamos por condições eleitorais", disse à AFP a deputada Delsa Solórzano.

Os encontros foram convocados pela Frente Ampla Venezuela Livre, integrada pelos partidos da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), dissidentes do chavismo e organizações civis.

"A Venezuela diz não à fraude de 20 de maio. Sim às verdadeiras eleições livres", escreveram no Twitter membros da Frente Ampla Venezuela Livre sobre as eleições nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará se reeleger a presidente até 2025.

Em Caracas houve modestas concentrações, praticamente as primeiras desde os grandes protestos que exigiam a saída de Maduro e deixaram cerca de 125 mortos entre abril e julho de 2017.

Lilian Tintori, esposa do opositor Leopoldo López - preso em casa -, esclareceu que embora a Frente Ampla ainda esteja em formação, se juntará aos "protestos pacíficos" até conseguir eleições justas.

As eleições presidenciais, que tradicionalmente acontecem em dezembro, foram antecipadas por decisão da Assembleia Constituinte, que atua com plenos poderes na Venezuela.

As eleições são rechaçadas pela MUD - afetada por divisões internas e pela falta de liderança - e também por vários países, que consideraram que o governo não oferece garantias de transparência.

De uma outra assembleia cidadã no oeste de Caracas, o deputado Luis Florido afirmou que uma missão de observadores da Organização das Nações Unidas "poderia ser uma pequena brecha" para que a oposição concorra nas eleições presidenciais, se "o governo estiver disposto a aceitar as suas recomendações".

"A ONU poderia avaliar o que todos já sabemos: não há condições justas", afirmou.

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