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EUA considera impor mais sanções à Venezuela, e Maduro condena

Segundo o governo da Venezuela, as ofertas de compra do petro em uma pré-venda privada aberta em 21 de fevereiro e concluída nesta segunda superaram os 5 bilhões de dólares. Nesta terça, iniciou-se a pré-venda pública

Agência France-Presse
postado em 20/03/2018 19:19
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Buenos Aires, Argentina -
Os Estados Unidos estão avaliando a situação da Venezuela e vão considerar se o país deve sofrer a aplicação de mais sanções, depois das impostas nesta segunda-feira (19/3), disse o secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin, nesta terça-feira (20/3).

"Posso garantir que continuamos avaliando a situação neste país e consideramos aplicar mais sanções", disse o funcionário em coletiva de imprensa ao fim da reunião do G20 em Buenos Aires.

O presidente Donald Trump assinou, nesta segunda, um decreto que impede a negociação do petro por americanos. Ele considera que a moeda virtual respaldada em reservas naturais do país foi criada para driblar sanções financeiras anteriores.

Após o decreto, o Departamento de Tesouro americano sancionou quatro venezuelanos, a quem acusa de má conduta econômica e atos de corrupção.

São Américo Mata, da direção do Banco Nacional de Imóveis e Habitação; William Contreras, da Superintendência para Defesa dos Direitos Socioeconômicos; Nelson Lepaje, do Tesouro venezuelano; e Carlos Rotondaro, ex-diretor do Instituto de Previdência Social. O presidente Nicolás Maduro, ele mesmo alvo de sanções desde o ano passado, classificou as medidas como "ilegais".

"Denuncio a perseguição ilegítima, imoral, absurda do governo imperialista do senhor Donald Trump contra o povo da Venezuela, é uma perseguição criminosa", disse o venezuelano nesta terça. A lista de venezuelanos sancionados nos Estados Unidos já chega a 62 pessoas e 15 entidades, de acordo com a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC).

Segundo o governo da Venezuela, as ofertas de compra do petro em uma pré-venda privada aberta em 21 de fevereiro e concluída nesta segunda superaram os 5 bilhões de dólares. Nesta terça, iniciou-se a pré-venda pública. "Nada nem ninguém vai parar o petro, compadre, nem Trump, nem um milhão de Trumps", afirmou o mandatário.

Reunião à margem do G20
Nesta segunda, em Buenos Aires, Mnuchin participou da reunião com vários ministros do G20 sobre a situação da Venezuela. O encontro com ministros de diversos países tinha como propósito "coordenar medidas econômicas" para alcançar objetivos democráticos na Venezuela, segundo um comunicado do Departamento de Tesouro.

Também se debateu como enfrentar "a tragédia econômica e humanitária" e as formas de oferecer "respostas construtivas uma vez que a Venezuela celebre eleições livres e justas". Mnuchin ofereceu aos seus pares dar continuidade a essa situação à margem da reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no mês que vem, em Washington.

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