Politica

Empresas prometem preservação

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postado em 05/05/2008 10:09
Porto Alegre ; As três empresas que implantam florestas de eucaliptos no Rio Grande do Sul afirmam que não haverá prejuízos ao meio ambiente, como a ocorrência de secas e empobrecimento do solo, porque os seus projetos empregam tecnologias modernas, seguem o zoneamento ambiental do estado e reservam grandes áreas para preservação da vegetação nativa. A Votorantim afirma que, atualmente, o manejo de florestas reúne as melhores tecnologias disponíveis no mercado. ;Investimentos na ordem de US$ 2 bilhões, gerando 30 mil empregos, em 28 municípios e com expectativa de cem anos de atividade exigem um enorme comprometimento ambiental;, diz a empresa. Ela informa que já adquiriu 110 mil hectares no estado, com investimento de US$ 250 milhões, e pretende chegar a 280 mil hectares até 2011. Mas a metade dessa área será destinada à preservação. A fábrica de celulose terá capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas por ano e será instalada em Pelotas ou cidades próximas como Arroio Grande, Rio Grande, Cerrito ou Capão do Leão. Com uma produção anual de 16,5 milhões de toneladas de papel, a sueco-finlandesa Stora Enso tem um faturamento de 14,6 bilhões de euros (R$ 38 bilhões). No estado, pretende investir US$ 1,3 bilhão para produzir 1 milhão de toneladas por ano. A empresa já adquiriu 48 mil hectares no estado e pretende atingir 100 mil hectares de plantio de eucalipto. A formação da base florestal vai gerar 3.377 empregos diretos e indiretos, o que representa 12% da estimativa de desempregados da região. Corredores ecológicos A Stora Enso afirma que estudos científicos mostram que ;as plantações florestais podem devolver o verde a solos degradados e até recuperar áreas degradadas ou em processo de arenização, como é o caso da Fronteira Oeste. Técnicas de cultivo com impacto mínimo preservam a superfície do solo e reduzem a necessidade de fertilizantes. Na colheita, cascas, galhos e folhas, que concentram 80% dos nutrientes, são deixados no campo e acabam se reintegrando ao solo e melhorando suas qualidades físicas e químicas. Adotamos corredores ecológicos entre os maciços, permitindo fluxo de fauna e flora, com impactos positivos sobre o ambiente;. A Aracruz está aumentando a capacidade de produção da sua fábrica em Guaíba (RS) de 500 mil toneladas por ano para 1,8 milhão de toneladas, com investimentos de US 2,6 bilhões. A engenheira florestal Mauren Alves contesta as especulações sobre o elevado consumo de água do eucalipto. ;É natural que se espere que árvores consumam mais água que grama. Mas o eucalipto não tem diferença de outras árvores. O risco de disponibilidade hídrica depende do percentual de ocupação da bacia hidrográfica. Não há estudos precisos, mas cada árvore consome de 12 a 16 litros de água por dia;, informa. Questionada sobre os malefícios da monocultura do eucalipto, comentou: ;Não achamos a monocultura o ideal, mas não há condições de suprir as necessidades humanas em pequena escala, pelos volumes e pelo custo. É uma característica do mercado;.

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