Politica

General Jorge Félix depõe hoje na CPI dos Grampos

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postado em 02/09/2008 08:42
A CPI dos Grampos marcou para esta terça-feira (02/09) o depoimento do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Armando Félix, para explicar o suposto envolvimento de arapongas da Abin em interceptações telefônicas. A agência, subordinada funcionalmente a Félix, é suspeita de ter realizado escutas ilegais em destacados ministros do governo e senadores. Legalmente, a Abin é uma agência para municiar o presidente da República com informações sobre segurança nacional sem ter quaisquer poderes de investigação, incluído aí interceptações telefônicas.

A comissão já havia aprovado um requerimento para ouvir Félix sobre escutas telefônicas clandestinas, mas não tinha marcado uma data para ocorrer. Entretanto, com as novas revelações, o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), enviou ofício ontem para o ministro da GSI convocando-o. O general, prontamente, aceitou.

;Queremos que o general Félix diga o que ele sabe sobre escutas ilegais;, afirmou Itagiba, para quem a denúncia de grampo é ;grave;, mas merece ser analisada com ;cautela;.

Negação
Há duas semanas, o chefe da Abin, Paulo Lacerda, negou que a agência tenha feito grampos ilegais durante a Operação Satiagraha, deflagrada em julho pela Polícia Federal, feita anteriormente pela revista. Mas admitiu que agentes tiveram uma participação naquela ação da PF desconhecida até então. Lacerda disse que agentes, entre outras atividades, participaram de análise de documentos e pesquisas sobre dados de investigados a pedido do delegado federal Protógenes Queiroz, responsável pela primeira etapa da operação. Os superiores de Protógenes na PF não sabiam dessa atuação informal da Abin na ação.

Contudo, a acusação de que a agência escutou conversas telefônicas ainda não foi motivo para os integrantes da CPI endurecerem o discurso contra a Abin. Governistas e oposicionistas da comissão de inquérito da Câmara foram cautelosos em pedir a demissão do chefe da agência. ;Há uma acusação delicada, mas não vamos nos precipitar;, afirmou Itagiba. ;Eu tenho plena convicção de que o delegado (Paulo Lacerda) está cumprindo seu dever na agência;, afirmou o deputado Luiz Couto (PT-PB). ;Há um processo de enfraquecimento do doutor Paulo Lacerda, mas não podemos pedir a demissão dele sem antes esclarecermos os fatos e o envolvimento da agência;, avalia o tucano Gustavo Fruet (PR).

Além do depoimento do ministro da GSI, a comissão deve votar hoje também requerimentos para convocação do diretor-geral adjunto da Abin, José Milton Campana, e do chefe de operações especiais do STF, Ailton de Carvalho Queiroz.

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