Politica

Kassab tenta aproximação com evangélicos

;

postado em 10/09/2008 09:29
Disposto a aplacar sua rejeição entre os evangélicos, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) participou da abertura da 7ª Expo-Cristã, feira que reúne representantes de diferentes congregações evangélicas. Ao lado do vereador tucano Carlos Alberto Bezerra --a quem deu as mãos durante a oração--, Kassab assistiu a uma hora de pregação, que incluiu severas críticas ao homossexualismo. Antes da cerimônia, que reuniu cerca de mil pessoas, ele consultou o presidente do Conselho dos Pastores do Brasil e do Estado de São Paulo, Jabes Alencar, sobre sua avaliação entre evangélicos. Segundo Alencar, o prefeito já sofreu fortes restrições entre eles, especialmente por conta do apoio à realização da Parada Gay na av. Paulista. Além disso, a Lei Cidade Limpa afetou a fachada dos templos. Mas essa resistência é cada vez menor. "A rejeição dele entre os evangélicos já foi muito maior", disse Alencar, também questionado por Kassab sobre seu desempenho nas eleições. "Ele me perguntou se eu sabia por que ele tinha chegado até aí [nas pesquisas]. Respondi: o outro [Geraldo Alckmin] que está te dando [pontos]." Antes da abertura oficial da exposição, o deputado estadual Waldir Agnello (PTB) protestou contra um projeto de lei, em tramitação no Senado, que criminaliza a homofobia no país. No palco, Agnello pediu que evangélicos endossassem um abaixo-assinado contra o projeto. Segundo ele, a proposta "proíbe a livre manifestação dos evangélicos". "No Brasil, se critica Deus, se critica o diabo, se critica a imprensa. Menos os homossexuais", discursou ele. Pouco antes, o presidente do Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de Minas, Jorge Linhares, fez duros ataques ao homossexualismo. "Qualquer pai, por pior que seja, não pode sonhar em ver um filho montado por outro. Ele não é um animal", pregou Linhares, afirmando que os homens foram feitos para ter "relação sexual de frente". Segundo Alencar, o preconceito contra o homossexual não pode ser comparado ao sofrido por negros ou mulheres. O homossexualismo, diz, é uma opção. À saída, Kassab disse que não assinaria o abaixo-assinado de Agnello. "Defendo a diversidade. Isso é público. A prefeitura tem uma série de ações. A Parada Gay é uma realidade", disse. "Tenho em todos os momentos me manifestado como cidadão e como prefeito."

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação