Politica

Segundo turno agita o Planalto

Lula deve entrar com seu peso político para eleger aliados que passarem da primeira fase do pleito nas capitais. Disputa em São Paulo é a que mais preocupa

postado em 02/10/2008 08:58
O Palácio do Planalto dá como certa a passagem do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para o segundo turno das eleições na capital paulista. E prevê um embate acirrado na etapa final com a candidata petista Marta Suplicy, a ponto de creditar a Kassab pequena vantagem na disputa. Para justificar o discurso, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançam mão de pelo menos dois argumentos. Um deles é a certeza de que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), entrará de cabeça, e com a máquina estatal, na campanha para reeleger o prefeito. Afinal, a reeleição do prefeito fortalecerá a pré-candidatura presidencial do tucano.

O segundo argumento se sustenta nos dados da pesquisa Datafolha divulgada ontem. Segundo o levantamento, Kassab aparece pela primeira vez à frente de Marta, fora da margem de erro, nas projeções sobre segundo turno. Além disso, começou a conquistar votos antes prometidos à petista e, se a votação fosse hoje, herdaria a maioria dos eleitores de Alckmin. Está, portanto, em plena trajetória de crescimento (leia mais na página 4). Ciente do quadro, governistas e petistas consideram vital a ajuda de Lula a Marta, como ocorreu no primeiro turno. Também contam com a presença de ministros na campanha. Há disposição para tanto nos dois casos. Resta definir o formato e o cronograma.

A Direção Nacional do PT espera que as estrelas do partido neutralizem o apoio de Serra a Kassab e contraponham a máquina federal à estadual. Conta ainda com as autoridades para reforçar o nome de Marta nas camadas mais pobres da população e aumentar a aceitação da candidata na classe média. Tal estratégia, apostam os petistas, garantirá a Marta pelo menos parte do voto da classe média dita progressista, que hoje estaria comprometida com Alckmin.

Conversas palacianas
As eleições municipais, que serão realizadas em primeiro turno no próximo domingo, foram debatidas ontem durante a reunião da chamada coordenação política, no Palácio do Planalto. O presidente Lula, o vice José Alencar e seis ministros conversaram sobre as disputas nas capitais do país. Além de São Paulo, foram comentados os páreos em Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro. Sobre a capital mineira, Alencar destacou o crescimento do concorrente do PMDB, o deputado federal Leonardo Quintão, que cresceu cerca de 15 pontos percentuais em dois meses e se credencia para disputar eventual segundo turno com Márcio Lacerda (PSB).

Houve consenso sobre a indefinição do quadro nas demais capitais. Em Porto Alegre, as deputadas federais Maria do Rosário (PT) e Manuela D`Ávila (PCdoB) disputam vaga no segundo turno para enfrentar o prefeito José Fogaça (PMDB). Em Salvador, os governistas João Henrique (PMDB), candidato à reeleição, e Walter Pinheiro (PT) ameaçam a ida de Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) ao segundo turno. ;Se o embate for entre os dois (governistas), recomendarei ao presidente que não participe da campanha;, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

SEM PRESENTE
A Casa Civil determinou ontem a devolução dos brindes com valor superior a R$ 100 recebidos por servidoras durante evento no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia da Secretária, na noite de terça-feira. As empresas Gol, Ocean Air e WebJet distribuíram cinco passagens. O Código de Conduta limita em R$ 100 o valor de presentes recebidos por servidores.

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