Politica

Oposição ensaia apoio a Michel Temer

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postado em 14/10/2008 09:18
A oposição caminha para apoiar a candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) à Presidência da Câmara, se antecipando a uma decisão formal da bancada do PT, que ainda aguarda o desfecho das negociações no Senado, onde a legenda quer emplacar o senador Tião Viana (PT-AC) no comando da Casa. Essa é a posição dos líderes do PSDB, José Aníbal (SP), e do PPS, Fernando Coruja(SC), que pretendem abrir a discussão nas respectivas bancadas sobre o assunto. Embora alinhado ao governo Lula, o presidente do PMDB nunca deixou de dialogar com a oposição. A resistência ao nome de Temer, porém, pode surgir do DEM, que aposta num racha da base para decidir o rumo. ;Vamos esperar eles se engalfinharem para tratar dessa questão;, justificou o presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ). O líder do PSDB, José Aníbal, vem participando de reuniões informais com um grupo de deputados de vários partidos, preocupado em manter o critério da proporcionalidade do preenchimento dos cargos da Mesa. A maioria da bancada do PSDB é favorável a essa posição, por avaliar que fortalece a instituição e garante aos tucanos, por serem a terceira bancada, uma posição de relevância na Mesa. Aníbal, porém, avalia que a discussão somente será formalizada após o segundo turno das eleições. Líder do PPS, Coruja vai mais ou menos na mesma direção. ;Preciso ouvir a opinião da bancada antes de agir;, explica. Rebelião As bancadas de oposição estão sendo assediadas pelo deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que organiza um movimento de rebeldia junto ao chamado ;baixo clero; da Câmara. Segundo-secretário da Mesa, Nogueira tenta transformar em votos a insatisfação de muitos deputados com a concentração de poder entre os líderes dos grandes partidos. ;Ninguém vai resolver a Presidência da Câmara com acordo. Temer não será eleito sem disputa;, adverte. O vice-líder do PP, Benedito Lira (AL), avisa que o partido vai se insurgir contra as grandes legendas. ;Vamos buscar apoio de cada deputado. Vamos acabar com essa história de que o partido A, B ou C tem que indicar o presidente. A regra é disputar voto a voto e não o acordo de partido A ou B;, afirma Lira. PSB, PCdoB, PDT, PMN e PRB, que somam 76 deputados, também estão insatisfeitos. Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirma que Michel Temer é ;um grande quadro;, mas que PT e PMDB acumulam muito poder na Casa. ;A concentração muito grande de poder nas mãos de alguns partidos tem de ser analisada;, ressaltou. Nas eleições passadas, o PMDB abriu mão da Presidência da Câmara e apoiou a eleição do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), contra o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tentou a reeleição e tinha a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo com o PT previa a troca de posições no próximo ano, com os petistas apoiando o candidato do PMDB à Presidência da Câmara. Temer foi indicado candidato pela bancada peemedebista, mas enfrenta a oposição do primeiro-secretário da Mesa, deputado Osmar Serraglio (SC), e da deputada Rita Camata.

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