Politica

Presidente apela por Marta

Lula pede votos para candidata do PT, mas critica postura agressiva da campanha

postado em 19/10/2008 08:11
São Paulo ; Ao fazer um apelo final para a eleição de Marta Suplicy (PT) à prefeitura paulistana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu ontem a preocupação com uma eventual derrota dela e mandou um recado à coordenação de campanha: não é necessário atacar o adversário, o prefeito Gilberto Kassab (DEM). ;Não precisa falar mal do outro. Falem bem dela. A gente só fala mal quando não tem algo melhor para apresentar;, disse, em um comício da petista. ;Quando a gente tem um produto político melhor que o adversário, o que precisamos é apresentar corretamente a Marta;, ressaltou. Apesar da alfinetada, o presidente aproveitou para defender Marta das críticas por ter levado ao ar um comercial que questionava o estado civil de Kassab. ;Eu vi outro preconceito contra esta mulher, tentando passar a idéia de que tem preconceito contra o homossexualismo. Conseguiram transformar uma guerreira defensora em acusadora dessa mesma minoria;, afirmou. ;Esta mulher estava em um debate na televisão e eu vi um jornalista com a maior desfaçatez perguntar: Marta, a senhora defende a bigamia? Ou seja: eu ainda vou criar o dia da hipocrisia neste país;, disse. Atrás de Kassab nas pesquisas, Marta apostou na participação de Lula para alterar o cenário desfavorável a uma semana do segundo turno. Ciente disso, o presidente cobrou empenho total dos petistas em um ;mutirão; de porta em porta, proibiu a militância de ;murchar; diante das pesquisas e usou o seu aniversário como pretexto para comemorar uma eventual eleição de Marta. ;Eu faço aniversário no dia 27 e vocês me darão de presente a vitória da companheira Marta (Suplicy) prefeita da cidade de São Paulo;, disse. O presidente manteve a tradição de usar uma metáfora em seu discurso. ;Temos que fazer como as Casas Bahia. Bater palma e vender um produto ali. Mas não um produto qualquer. É um produto ideológico, um produto político, uma mulher de extraordinária qualidade.; Ao tentar animar a militância, Lula disse haver tempo para virar o resultado. Segundo os organizadores, cerca de 2 mil militantes de movimentos sociais e centrais sindicais, além da cúpula e de parlamentares petistas, participaram do ato no bairro da Liberdade, região Central. No discurso, Lula apelou ainda para o emocional ao falar da importância de São Paulo para o país, provocando Gilberto Kassab. ;Este estado é o símbolo da nossa nação. Eu, embora seja pernambucano, devo o que sou na vida a São Paulo, porque aqui criei minha família;, disse, depois de explicar que foi em respeito às necessidades do paulistano que o governo federal liberou ;tanto dinheiro; para a prefeitura administrada por Kassab. ;Se o Brasil já estivesse tão bem nos dois primeiros anos em que fui presidente e a Marta estava na prefeitura (ela foi prefeita entre 2001 e 2004), teria dado igual ou até mais dinheiro;, afirmou. Ele repetiu que a ex-ministra foi vítima de uma onda de preconceito ;raivoso, rançoso;, que teria partido da elite paulistana. ;Porque não aceitam que ela governou para todos, mas priorizou o pobre.; O presidente também rebateu as acusações feitas pelo governador paulista, José Serra (PSDB), logo após o confronto da última quinta-feira entre policiais civis em greve e policiais militares, nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Segundo ele, Serra não ;tinha o direito; de acusar o PT. ;Me conhecendo como me conhece, mantendo as relações que mantenho com ele, espero que, em algum momento, o governador de São Paulo peça desculpa por essa heresia dessa acusação.;

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