Politica

Indefinição coloca Cristovam Buarque na berlinda

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postado em 08/11/2008 08:30
A executiva regional do PDT vai discutir na próxima segunda-feira uma possível licença ou a renúncia de Cristovam Buarque do comando da legenda. O afastamento começou a ser cogitado pelo próprio senador do Distrito Federal devido à crise interna criada pela indefinição do partido quanto à relação com o governo de José Roberto Arruda (DEM). Os pedetistas mais afinados com o Executivo local querem declarar apoio oficial ao democrata. Cristovam, no entanto, prefere manter uma posição mais neutra, sem adesão ou rompimento. O assunto tem causado grande estresse interno porque Arruda dedica aos pedetistas a mesma indiferença que recebe do partido. O governador deu cargos estratégicos a apenas dois representantes do PDT fiéis a seu governo. O ex-deputado distrital Peniel Pacheco (PDT), aliado de Arruda, é secretário de Justiça e Cidadania. O ex-sindicalista Ezequiel Nascimento, que mantém boa relação com o governador, indicou Israel Batista, também filiado ao PDT, ao cargo de secretário-adjunto de Trabalho. Arruda, no entanto, não permitiu que o PDT ganhasse corpo no governo, com a indicação de militantes em cargos comissionados. Nos bastidores, os pedetistas mais ligados ao GDF torcem pela troca de comando. Se Cristovam sair, um dos três vice-presidentes regionais do PDT deverá tomar a presidência. O mais provável é que Georges Michel assuma, já que Ezequiel estaria impedido de assumir porque exerce o cargo de secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho. O terceiro vice, o deputado José Antônio Reguffe (PDT), tem posição ainda mais radical que o senador e representaria um aprofundamento da crise. Ele defende que o PDT não ocupe cargo algum no governo federal ou local. ;Cristovam deve continuar presidente. Ele dá ao partido uma estatura e isso é importante;, avalia o distrital. PT pode ser o destino Entre pedetistas e petistas, a avaliação é de que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se aproxima cada dia mais de um retorno à sua antiga legenda, o PT. Segundo petistas, o assunto já foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre pedetistas, o comentário é de que Cristovam também recebeu convite do presidente nacional da legenda, o deputado Ricardo Berzoini (SP). O senador do Distrito Federal não esconde o seu amor pelo PT, mas nega a possibilidade de voltar ao partido. ;Digo que quando eu morrer, no meu caixão será colocada uma bandeira do PT, mas não tenho idade, nem coração para mudar de partido de novo;, disse. Cristovam também revelou ontem ao Correio a disposição de continuar na presidência regional do PDT. ;O assunto será discutido na segunda-feira, mas há resistências grandes para que eu saia;, disse. O senador explicou que pensou em deixar temporariamente a presidência da legenda para adotar uma posição mais ;explícita; em relação aos cenários políticos. ;O cargo de presidente me obriga à imparcialidade;, sustentou. Na avaliação do secretário de Justiça e Cidadania, Peniel Pacheco, um dos pedetistas mais ligados ao governador José Roberto Arruda (DEM), Cristovam é respeitado, mas tem uma visão equivocada em relação aos rumos do partido. ;Não estamos pensando nas eleições. Apenas queremos ajudar o governo a atender os interesses da comunidade. O momento agora é de trabalhar;, disse Peniel. (AMC).

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