Edmar Moreira se diz perseguido pelo partido

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postado em 10/02/2009 08:01

Ameaçado de expulsão pelo DEM, o deputado Edmar Moreira (MG) entrou ontem com uma petição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar o partido. Alvo de denúncias sobre a origem dos recursos usados para erguer um luxuoso castelo no interior de Minas Gerais avaliado em R$ 25 milhões, ele pediu uma declaração de justa causa para abandonar a legenda. Alegou ser vítima de ;perseguição interna; e de ;um inefável processo de execração pública capitaneado pelo próprio partido;, o que justificaria sua saída. O parlamentar mineiro sustentou ter sido legitimamente eleito segundo vice-presidente da Câmara ; que não chegou a ocupar por uma semana. Candidato avulso, ele teve 283 votos. O nome oficial do partido era o deputado Vic Pires (PA). Na petição, Moreira disparou contra o DEM, classificado por ele de ditatorial, e disse que sofreu retaliações pela vitória. ;Tal fato (ter sido eleito) foi o propulsor para o processo de perseguição política com grave discriminação pessoal dentro do seu próprio partido, que se mostrou publicamente insatisfeito com a vitória democrática de seu filiado em legítima eleição interna. A discriminação pessoal ganhou inclusive contornos de substancial mudança do programa partidário, transformando-se em insustentável processo de ditadura partidária;, relatou a defesa do deputado. Moreira minimizou o inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é acusado de se apropriar de contribuição do INSS de seus funcionários. ;Desde quando a mera existência de uma denúncia é óbice legal ou fático a exercício de qualquer cargo na Mesa Diretora da Câmara?;, questionou, no documento. O ministro do TSE Felix Fischer vai analisar o pedido e caberá ao plenário do tribunal a palavra final sobre o caso. Se a justificativa for aceita, o parlamentar poderá deixar o DEM tranquilamente ; o TSE decidiu que políticos que alegarem, entre outras razões, estarem sofrendo perseguição, podem migrar de partido. Decisão Maia negou que tenha perseguido o correligionário. O DEM reúne-se hoje para discutir o futuro do deputado e a tendência é pela expulsão. ;Tudo o que está aparecendo causa um desconforto enorme no partido e vamos tomar uma decisão dura. Se depender de mim ele será expulso;, afirmou o parlamentar. Segundo o dirigente, o partido poderá reivindicar o mandato de Moreira caso a expulsão se concretize. ;Se ele descumpriu o programa e tomou atitudes que prejudicaram a imagem do partido, pode ser um direito do partido reivindicar o mandato;, disse Maia. Na carta de renúncia, encaminhada na noite de domingo ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Moreira fez ácidas críticas à legenda e reclamou da falta de apoio. ;O (meu partido) não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente, por fatos totalmente infundados, exercendo a verdadeira perseguição pessoal através da execração pública;, sustentou o deputado. Áudio com os deputados Rodrigo Maia e Flávio Dino » Ouça entrevista com o deputado Rodrigo Maia