postado em 12/02/2009 10:38
Nos corredores da Câmara dos Deputados a possibilidade de Edmar Moreira (DEM-MG) tornar-se alvo de uma representação no Conselho de Ética tem sido tratado com cautela pelos parlamentares. Como ninguém conseguiu provar ;pelo menos por enquanto ; que o democrata utilizou a verba indenizatória irregularmente para contratar empresas que lhe pertencem, as acusações que atualmente rondam a imagem pública do ex-corregedor se referem a crimes de omissão de informações à Receita Federal, dívidas com a Previdência e sonegação fiscal: todos delitos considerados brandos pela maioria dos parlamentares. Não é para menos. Crimes fiscais e tributários constam na ficha de pelo menos outros 30 parlamentares, alvos de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) e nos tribunais de primeira instância dos estados. Segundo estimativa de técnicos da Procuradoria-Geral da República, os prejuízos causados pelos parlamentares sonegadores ultrapassam R$ 600 milhões.
O campeão de processos é o deputado Tatico (PTB-GO). Em 22 ações, algumas já em fase de execução, ele é acusado de sonegar mais de R$120 milhões. O parlamentar diz não saber detalhes sobre as dívidas porque não administra diretamente suas empresas. Na lista dos devedores também estão os deputados Giovanni Queiroz (PDT-PA), Jorginho Maluly (DEM-SP), Giacobo (PR-PR), Vadão Gomes (PP-SP) e Clovis Fecury (DEM-MA). ;Não conheço isso. Até porque tenho certidões negativas com o INSS e nunca citou-se esse inquérito. A multa que eu tinha conhecimento já paguei;, disse Queiroz.
Inquérito
Maluly, por sua vez, afirma que na última quinta-feira apresentou uma petição ao STF pedindo o arquivamento do processo, alegando que o débito já foi quitado. Giacobo explicou que um dos processos em que é acusado de cometer crime contra a ordem tributária está sobrestado porque há um recurso no Conselho Tributário, enquanto um segundo inquérito aguarda decisão do STF a um pedido de arquivamento. Vadão afirma que foi incluído na lista de devedores por conta de uma ação movida contra uma empresa da qual é acionista. ;Me incluem só por conta da visibilidade do meu cargo;, reagiu. Fecury afirmou que a dívida que possui já está sendo paga, mas que seu nome somente deve sair da lista de devedores depois que for quitada.
Com denúncias de sonegação referentes ao tempo em que atuaram como prefeitos estão Abelardo Camarinha (PSB-SP) e Luiz Paulo Velozzo (PSDB-ES). O primeiro afirma que o inquérito que tramita contra ele por crime contra ordem tributária e sonegação fiscal trata-se de uma denúncia feita pela oposição na época em que era prefeito da cidade de Marília. ;O inquérito faz parte de um jogo político.; O segundo, por sua vez, diz que já há um pedido para arquivar o inquérito do qual faz parte, visto que os débitos que constam contra ele referentes à sua atuação em um consórcio na época em que era prefeito de Vitória já foram pagos.