Politica

Censura interna é polêmica no PT

postado em 09/08/2009 11:24
Denúncias anônimas e fogo amigo. Se depender do código de ética do PT, em vigor desde o dia 1º, essas duas "instituições" que fazem parte da vida e da história do partido vão deixar de existir, pelo menos oficialmente. A partir de agora é proibido agir como tantos petistas ilustres, que nos bastidores atiram até mesmo contra colegas do partido integrantes de outras correntes internas, ao passo que em público adotam discurso conciliador. [SAIBAMAIS]Três trechos do código põem freio na língua dos petistas. O principal deles é o artigo 6º, que relaciona as proibições aos filiados do partido. Ele diz que é vedado "fornecer a órgãos de imprensa informação acerca de fatos pertinentes à vida interna do partido ou às ações de seus filiados, sem se identificar como fonte". No meio jornalístico, a prática de não citar o nome do entrevistado é conhecida como off the records (sem gravação), ou simplesmente informação em off. E foi exatamente assim que filiados ao partido, entre parlamentares, ocupantes e ex-ocupantes de cargos públicos, analisaram a implantação do código e o impacto do texto nas relações entre integrantes de diferentes correntes da legenda. Um petista que se define como independente, mas que já integrou correntes do partido, diz ser lamentável a proibição, já que a prática é comum. Não é só o artigo 6º do código que impõe censura aos petistas. O artigo 4º, que trata dos direitos e deveres, limita a liberdade de expressão. Proíbe o filiado de "se manifestar interna ou publicamente sobre decisões partidárias, doutrinárias ou posições políticas, assegurada a liberdade de pensamento e expressão, vedada a utilização da mídia com a intenção de atingir a honra de outros filiados, a imagem pública do partido ou como instrumento de disputa interna". Já o artigo 3º, que trata dos "princípios éticos fundamentais que devem orientar a conduta de todos os filiados", frisa a necessidade de "supremacia dos interesses partidários sobre interesses particulares, de tendências partidárias, de correntes ou grupos internos". Para outro petista, que só concordou em falar em off - burlando, portanto, o código de ética -, é necessário esperar para ver se o código vai mesmo funcionar. Ao mesmo tempo, reclama dos atritos intrapartidários. "É nocivo. Divergências devem ser resolvidas no debate franco". Há também quem avalie as proibições como uma %u201Cbobagem tremenda%u201D. %u201CNão sei para que vai servir. Vão falar como agir com jornalistas em um país no qual nem existe Lei de Imprensa?%u201D, analisa outro petista. O descumprimento do código pode levar o filiado a responder diante da comissão de ética do partido. As punições vão da simples advertência à expulsão. Dilma otimista A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reafirmou neste sábado o otimismo em relação ao futuro da economia do país. Ela disse que "o pior já passou" e que o Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e que, com certeza, será um dos primeiros a sair, tendo em vista o compromisso do governo Lula, de não estimular o pânico, como, segundo ela, ocorreu em muitos países de economia desenvolvida. Depois de nova sessão da radioterapia em São Paulo para se recuperar de um câncer linfático, Dilma foi a convidada especial do empresário Sílvio Santos na solenidade de comemoração dos 28 anos do SBT, no Guarujá (SP).

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