Politica

As opções de voos de Meirelles

Com a eventual ida para o PMDB, presidente do Banco Central tem três caminhos a seguir como candidato nas eleições do ano que vem

postado em 26/09/2009 09:28
O presidente do Banco Central, ministro Henrique Meirelles, desembarca no PMDB como uma reserva técnica do partido para vários voos. Se tudo correr bem no que se refere ao acordo que o comando partidário pretende fechar com o PT para 2010, ele será mesmo candidato ao Senado em Goiás em parceria com o prefeito de Goiás, Íris Rezende, candidato ao governo. Se o acordo com o PT fracassar antes da temporada de convenções para a escolha de candidatos %u2014 o que a cúpula do PMDB não deseja %u2014, Meirelles pode ser candidato a presidente(1) da República, conforme vários peemedebistas disseram ao Correio em conversas reservadas. Para candidato a vice-presidente na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, os comandantes peemedebistas têm outros planos e usam até uma expressão bem popular para se referir às chances do ministro %u201Cnão dá para chegar no ônibus cheio e querer sentar na janela%u201D. Esse mesmo raciocínio não vale para a corrida presidencial porque todos os nomes citados para a vice têm um plano B muito mais factível do que a Presidência. E Meirelles, na qualidade de presidente do BC, teria toda a memória técnica para fazer o contraponto com a oposição em temas como câmbio e taxa de juros. Cadeiras No %u201Cônibus%u201D já estão, na cadeira número um, o presidente da Câmara, Michel Temer; na cadeira 2, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; e, na três, o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Lobão entrou na fila desde que assumiu o lugar que havia sido de Dilma no início do governo Lula. Ali, conquistou a simpatia e a confiança da ministra. Nunca bateu de frente contra os projetos que ela gostaria de ver aprovados no governo, nem mesmo no que se refere à exploração de petróleo na camada pré-sal. Hélio Costa, outro ministro de ponta do PMDB, é citado para o cargo na hipótese de o PT e o PMDB acertarem um acordo em Minas Gerais que faça do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, ou do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, ambos petistas, o candidato ao governo estadual. Posse de vereadores Com foguetório na rua, a Câmara Municipal de Bela Vista de Goiás, interior goiano, deu posse ontem aos primeiros dois suplentes beneficiados pela criação de mais 7.623 vagas de vereador no país. Com 22 mil habitantes, a cidade viu o Legislativo municipal crescer de nove para 11 cadeiras, e passou a contar com um representante que recebeu menos de 400 votos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que irá ao Supremo Tribunal Federal para impedir a convalidação da posse de suplentes e adiar a multiplicação de cargos para as eleições de 2012. O presidente da Câmara de Bela Vista de Goiás, Eliézer Fernandes (DEM), que também preside a União dos Vereadores de Goiás, festejou o %u201Cpioneirismo%u201D: %u201CFoi um sucesso%u201D. Data limite Ao PMDB goiano, Meirelles deixou transparecer a vontade de um %u201Cprojeto nacional%u201D, conforme revelou aos sites de notícias ontem o presidente em exercício do PMDB de Goiás, Adib Elias Júnior. Os dois conversaram longamente nessa sexta-feira sobre os cenários para 2010 e os planos do presidente do Banco Central. Meirelles conversará na segunda-feira com o presidente Lula para definir o seu rumo. Em princípio, ele assina a ficha peemedebista e continua no Banco Central até a data limite, seis meses antes da eleição.

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