postado em 12/12/2009 16:35
Ninguém sabe quem será o futuro presidente da República, mas os deputados do PMDB se preparam para ter um papel de destaque junto a quem for o escolhido para governar o país de janeiro de 2011 a dezembro de 2014. Eles vão comandar a Comissão Mista de Orçamento do Congresso no ano que vem, quando será votado o primeiro orçamento do futuro governo - o que aumenta o poder do partido no que se refere à distribuição de recursos públicos do futuro presidente. E, se o acordo com o PT desandar daqui até abril do ano que vem, o partido pode ainda tentar abocanhar a relatoria da proposta, já que, no ano que vem, caberá ao maior partido do Senado. Nos bastidores, os peemedebistas dizem que, se quiser evitar dissabores, é bom o PT não desagradar o grande aliado.
[SAIBAMAIS]O anúncio de que o PMDB será o responsável pela comissão encarregada de apreciar o primeiro orçamento do futuro governo foi feito na quarta-feira, pelo líder do partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), durante reunião da bancada peemedebista na Câmara. O encontro havia sido convocado para discutir "assuntos internos", como o desembarque dos peemedebista do governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal.
Deputados
No meio das discussões, o orçamento entrou em pauta. Alguns deputados reclamaram da falta de atendimento por parte de alguns ministros, como o da Saúde, José Gomes Temporão, que não liberava as emendas do partido este ano. %u201CO que ouvimos é o que o governo não quer votar o Orçamento de 2010, e o ministro da Saúde não atende os deputados do PMDB. E além disso, há oposicionistas liberando milhões enquanto nós, da base, não conseguimos ver as nossas emendas atendidas%u201D, cobrou a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES).
Foi a senha para que Eduardo Alves anunciasse o PMDB na presidência da CMO em 2010, que já está em disputa por três bancadas: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Como o Rio já tem a comissão de Minas e Energia, que cresceu em importância por causa do pré-sal e dos investimentos no sistema elétrico, os gaúchos devem ficar com o Orçamento.
Emendas
Eduardo Alves anunciou ainda que o subchefe de Assuntos Parlamentares, Neuri Montalvani, iria explicar o cronograma de liberação das emendas de 2009. Montalvani disse o que os deputados queriam ouvir: o Executivo está se preparando para liberar as emendas nos próximos dias. Mas, do Planejamento, veio uma péssima notícia: a liberação ainda depende dos créditos pendentes de votação no plenário do Congresso, entre eles um %u201Cjumbão%u201D que destina R$ 1,7 bilhão a diversas pastas, como, por exemplo, Esportes e Cidades. O DEM ameaça obstruir a votação desses projetos, comprometendo o cronograma de liberações do Poder Executivo.
Os créditos ainda não foram sequer analisados pela Comissão Mista de Orçamento, que, por ordem do seu presidente, o senador Almeida Lima (PMDB-SE), está dedicada à aprovação dos relatórios setoriais do Orçamento de 2010. Está explicado porque a turma da Câmara não vê a hora de controlar a CMO e determinar a sua pauta.