Daniela Almeida
postado em 06/02/2010 10:29
Bastou uma semana de costuras políticas pela candidatura do vice-presidente José Alencar (PRB) ao Palácio da Liberdade, sede do Executivo de Minas Gerais, para que a base aliada do governo Lula começasse a emitir os primeiros sinais de unidade. Após declarações de Alencar, admitindo a possibilidade de concorrer ao governo em Minas caso sua participação na chapa fosse um consenso entre os partidos do arco de alianças do PT no estado, uma série de manifestações de apoio começaram a aparecer. E o discurso entoado é unânime: o nome do vice-presidente seria o único capaz de unificar a base petista, promovendo assim um palanque forte para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no estado.Em reunião do PCdoB com o PT, ontem, os presidentes dos dois partidos afirmaram acreditar que a candidatura de Alencar seja a única resposta para o problema enfrentado pelo governo Lula em Minas, que tem a base rachada entre dois palanques: um petista, disputado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e um peemedebista, que seria ocupado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa. Diante da possibilidade de o vice assumir o palanque mineiro, os três já afirmaram que retirariam seus nomes da disputa, ao menos na posição de cabeças de chapa.
Apoio
As manifestações de apoio dos líderes do PT-MG, Reginaldo Lopes, e do PCdoB mineiro, Jô Moraes, aconteceram um dia depois dos deputados mineiros se encontrarem com Alencar para discutir o tema e dois dias depois de o vice-presidente ser aclamado por parlamentares durante a abertura dos trabalhos no Congresso. A disposição de Alencar, que antes planejava apenas sua volta ao Legislativo, em entrar na corrida pela unificação da base, foi confirmada por ambos.
;Para fazermos uma disputa com um palanque unificado, acredito hoje que o único nome capaz de reunir toda a base é o nome de José Alencar;, disse Reginaldo Lopes. Na opinião do petista, só uma candidatura extremamente ligada ao povo mineiro conseguiria promover a transferência de votos do presidente Lula e da ministra Dilma. ;Do contrário, fortalecemos a candidatura do Anastasia;, alertou, referindo-se ao vice-governador Antônio Anastasia (PSDB), que tenta suceder o também tucano Aécio Neves. Jô Moraes engrossa o coro: ;O melhor dos mundos seria a candidatura de Alencar. Ele tem identidade com o projeto nacional em curso hoje e é muito próximo ao PCdoB;.
Como reflexo do racha, PT e PMDB têm, inclusive, feito investidas em partidos tanto da base petista quanto da base do governador Aécio Neves. Na opinião de Reginaldo Lopes, a candidatura do vice-presidente ajudaria a fazer essa costura do arco de apoio a Lula em Minas. O presidente do PT mineiro adiantou que continuará avançando nas conversas com outras legendas. Outro apoiador convicto da candidatura de Alencar é o presidente do PRB no estado, Rogério Colombini. Ele diz que Alencar é a única via para acabar com a briga entre o PT e o PMDB no estado.