Politica

MST ocupa fazendas e prefeituras

Dentro das atividades do "abril vermelho", entidade dos trabalhadores sem terra tenta chamar a atenção para deficiências em assentamentos

Marta Telles
postado em 13/04/2010 08:52
Em dois dias da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou quase 20 ocupações, principalmente em Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No estado nordestino, sete propriedades foram ocupadas na manhã de ontem e se somaram a outras oito tomadas no domingo. Mais de 2 mil famílias participaram das ações. Segundo informações de lideranças do MST, as ocupações continuam até o fim da semana. Em Glória do Goitá, a 46km do Recife, representantes das famílias que vivem no assentamento Canavieira ocuparam a prefeitura da cidade. Eles ficaram no local por cerca de três horas e reivindicavam a retirada de um aterro sanitário do município da propriedade em que moram. Segundo informações do MST, as mobilizações ocorreram de maneira pacífica. Não houve confronto com a polícia e até o fechamento desta edição também não havia determinação judicial para que os Sem-Terra desocupassem nenhum dos 15 engenhos. No Sertão houve quatro ocupações. Em Ibimirim 130 famílias ocuparam a Fazenda Passarinho. No município de Belém do São Francisco, 110 famílias ocuparam a Fazenda Cacimba Nova e Cacimba do Meio. Outras 150 famílias ocuparam a Fazenda Aipueira. No município de Itacuruba a Fazenda Jatinã foi ocupada por 150 famílias. E no Agreste, a Fazenda Taquari, que fica no município de Passira, foi reocupada por cerca de 80 famílias. Suspense O lider do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, comentou as ações da jornada. %u201CAs ocupações vão ocorrer durante toda a semana. Vamos continuar agindo, principalmente nas regiões mais conflituosas. E vamos fazer outros atos como o de Glória do Goitá%u201D, contou. Amorim não quis adiantar as ocupações(1) de hoje, mas afirmou que no próximo sábado o foco sai do campo e chega à capital pernambucana. %u201CSábado vamos colocar um acampamento no Recife. Ainda não definimos o local, mas vamos ficar por tempo indeterminado, até que haja uma rodada de negociações com o governo e o Incra%u201D, prometeu. Segundo ele, o movimento é bastante forte no estado e junto com Bahia e Sergipe possui o maior número de acampamentos. %u201CMas são também os estados com os maiores número de conflitos. Já São Paulo e Pará são os estados em que a violência contra o MST é mais exposta%u201D, declarou. Sobre a evolução da violência no campo desde o episódio de Eldorado dos Carajás, o líder do MST disse ainda que houve uma pequena evolução. %u201CNo ano passado muita gente foi presa em Pernambuco, também houve mortes. O latifúndio continua violento%u201D, afirmou. 1 - Estrada bloqueada Moradores de um acampamento do MST às margens da BR-163, em Naviraí (MS), fecharam ontem um trecho da rodovia. No local vivem 600 famílias aguardando a desapropriação da Fazenda Mestiço, no extremo sul do Estado. Eles querem a instalação de redutor de velocidade em frente às barracas de lona plástica, onde este ano aconteceram 30 atropelamentos de crianças e adultos. O protesto ocorreu durante visita do governador André Puccineli (PMDB) à cidade para inaugurar obras. A BR-163 é o principal corredor de caminhões com cargas entre o MS e o PR.

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