Politica

Partidos vitaminam a propaganda

postado em 05/05/2010 09:00
PT, PSDB e PMDB elevaram os gastos com propaganda institucional em 2009 de olho na eleição presidencial deste ano. Segundo a prestação de contas encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os petistas desembolsaram a maior parte dos recursos com os custos para produzir peças para mostrar as realizações da legenda e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A legenda investiu R$ 4,4 milhões no ano passado, contra 3,1 milhões em 2008 ; um crescimento de 42%. Em 2009, os petistas voltaram todos os esforços para dar visibilidade nacional à então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. No começo do ano passado, Dilma havia sido escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidata, mas ainda se debatia internamente no partido se ela seria a melhor opção para a sucessão. A direção petista aproveitou as inserções em rádio e televisão para torná-la mais conhecida da grande massa de eleitores. A investida garantiu que ela chegasse ao patamar de 20% nas pesquisas de intenção de voto e diminuísse os questionamentos dentro da legenda.

De acordo com a prestação de contas encaminhada ao TSE, o PT também aumentou o gasto com pessoal. Entre 2008 e 2009, houve 10,5% de crescimento, salto de R$ 7,6 milhões para R$ 8,4 milhões. No ano passado, a legenda usou mais dinheiro do Fundo Partidário para pagar os funcionários. Foram R$ 3,6 milhões, contra R$ 3,1 milhões no período anterior. O restante veio de dinheiro de doações de pessoas físicas e empresas.

O PMDB registrou o maior crescimento percentual de 2008 para 2009, um salto de 152%, com a publicidade institucional. As despesas no ano passado alcançaram R$ 813 mil, contra R$ 322 mil em 2008. A explicação do partido é que, no ano eleitoral, a despesa com a divulgação oficial ficou limitada ao primeiro semestre, com cinco inserções, enquanto em 2009 ocorreram 10 peças publicitárias em datas diferentes. O aumento 2,5 vezes é argumentado também pelo alto custo de deslocamento das equipes de produção das peças para tomar depoimentos dos seis governadores peemedebistas espalhados pelo Brasil.

O PSDB teve um aumento de 50% nas despesas com publicidade, saindo de R$ 1,15 milhão, em 2008, para R$ 1,74 milhão. O dinheiro foi usado para passar uma atmosfera de sintonia entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, então pré-candidatos ao Palácio do Planalto. O esforço foi feito porque, nos bastidores, serristas e aecistas se desentendiam a ponto de o tucanato ficar preocupado com possíveis feridas para a eleição presidencial.

O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), disse que o aumento de gastos com propaganda é uma tendência entre partidos com nomes fortes na disputa majoritária. ;Todos os partidos que têm candidato próprio se preocupam com isso. Se o eleitor não recebeu direito a mensagem do candidato, lembra-se do partido. O PSDB está discutindo uma forma de ser mais enfático nisso. Com um candidato como o Serra, vamos ampliar o voto de legenda;, disse.

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