Politica

No quarto bloco, candidatos responderam perguntas de jonalistas

postado em 06/08/2010 00:38
No quarto bloco do primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido pela TV Bandeirantes, os jornalistas Joelmir Beting e José Paulo de Andrade ecolheram dois candidatos para responder uma pergunta cada, e dois candidatos para comentar a resposta do adversário.

Tributos
Joelmir Beting perguntou a Dilma Rousseff (PT) até quando os brasileiros vão continuar pagando elevados impostos sem um forte enxugamento dos gastos do setor público. A candidata afirmou ser contra qualquer tentativa de baixar os juros de forma artificial. Defendeu uma reforma tributária que desonere o setor produtivo e disse que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução dos juros permitirão o crescimento nacional.

Indicado pelo jornalista para comentar a resposta de Dilma, o candidato José Serra (PSDB) destacou que o Brasil tem a maior taxa de juro real do mundo e criticou a postura do governo federal no que se refera à questão tributária. A petista rebateu. Salientou a postura "correta" do governo no que se refere ao enfrentamento da crise financeira internacional: o estímulo ao crédito e a redução do IPI dos automóveis e dos eletrodomésticos da chamada linha branca.

Privatizações
O jornalista José Paulo de Andrade lembrou as privatizações feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ele questionou Serra de que forma ele vai tratar o patrimônio público e escolheu Dilma Rousseff para comentar.

O tucano garantiu que tratará bem o patrimônio público. Citou a divisão política dos Correios e prometeu "estatizar as empreas que já são do governo, de forma que elas servirão ao interesse público, e não de um partido ou grupo político". Serra questionou: "Se o atual governo é tão contra a privatização, por que nada foi reestatizado?"

Em vez de comentar a resposta do opositor, Dilma respondeu ao questionamento de Serra do governo federal. "A gente respeita contrato feito de forma juridicamente perfeita", disse a petista. Serra retomou o exemplo dos Correios e citou o fato de Antônio Palloci (PT), principal acessor da Dilma presente no debate, que, segundo o tucano, passou anos (no tempo em que foi ministro da Fazenda) elogiando as ações de FHC.

Meio ambiente
Joelmir Beting perguntou sobre política ambiental. Escolheu Marina para responder e Plínio para comentar se o mais importante é o aquecimento global lá do futuro ou saneamento básico que não temos agora. A candidata verde disse as duas coisas não precisam ser colocadas em oposição, pois fazem parte de uma mesma equação. "Não podemos adiar de forma nenhuma o acesso das criança ao saneamento, isso também é desenvolvimento ambiental", argumentou.

Em seu comentário, Plínio de Arruda Sampaio disse que o problema é de desigualdade social e disparou: "A desigualdade é aqui. Eu sou o menos perguntado", criticou. O socialista chamou Marina Silva de "ecocapitalista". Segundo ele, não há como conciliar desenvolvimento e proteção ambiental, pois, para proteger o meio ambiente é preciso mexer no lucro.

Marina rebateu dizendo que o capitalista também precisa de água. "Cada um de nós, seja de esquerda, direita ou centro, precisamos nos juntar, porque senão perderemos nosso bem mais importante, a vida", discursou a ambientalista.

O jornalista José Paulo de Andrade dirigiu a última pergunta do debate a Plínio, e indicou Marina para comentar três questões: ocupação de terras, usina de Belo Monte e transposição do Rio São Francisco.

O candidato do PSol foi sucinto. Disse que ser contra Belo Monte porque está distante do mercado, do centro consumidor-produtor, ou seja, o Sudeste; contra a transposição do São Francisco porque a medida visa entregar o nordeste para o agronegócio, e não para levar água à população; e a favor da ocupação de terras porque é um direito dos camponeses.

Marina ponderou que há espaço para a agricultura familiar, para o agronegócio e para o extrativismo. Ex-ministra do Meio Ambiente, explicou que concedeu licença ao projeto por estar dentro dos moldes ambientalmente necessários. Disse ainda que é contra Belo Monte até que se resolva a questão indígena.

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