Politica

Brasil teve a maior delegação de participantes na COP-16

A maioria, porém, não fez parte dos debates

postado em 12/12/2010 08:15
As conferências de clima das Nações Unidas tornaram-se uma tradicional excursão brasileira. A exemplo do que ocorreu no ano passado em Copenhague, servidores públicos, ongueiros, políticos e empreiteiros tupiniquins invadiram o mais famoso balneário mexicano para participar da 16; Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16). Só do Executivo, saíram pelo menos 40 funcionários, das mais variadas pastas, rumo a Cancun. Mas prefeituras e governos estaduais também enviaram representantes ao paraíso turístico, segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE). Os servidores do Executivo premiados com a participação na Cop-16, que ocorreu entre 28 de novembro e 11 de dezembro, receberam 14 diárias que variaram de R$ 440 a R$ 680, que representam despesa de cerca de R$ 313 mil para a União, sem contar as passagens aéreas. O governo bancou a viagem de servidores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério da Justiça, do Desenvolvimento Agrário, de Minas e Energia, do Meio Ambiente e representantes de universidades federais.

Além dos servidores, quem caminha pelos espaços de representação dos países na COP-16 também esbarra em parlamentares da Câmara e do Senado. Da delegação brasileira, saíram os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Fernando Marroni (PT-RS) e Rômulo Gouveira (PSDB-PB). Todos em missão oficial. As senadoras Marina Silva (PV-AC), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Kátia Abreu (DEM-TO) também marcaram presença na conferência das Nações Unidas.

Apesar de o evento ter o objetivo de reunir representantes de todos os países para discutir alternativas de redução dos efeitos do aquecimento global, a predominância de brasileiros fez com que muitos participantes tropeçassem nos conterrâneos durante os painéis realizados pela conferência . O Brasil é novamente a maior delegação a desembarcar no país que sedia a conferência. Só no início do evento, foram registrados 591 brasileiros. No ano passado, em Copenhague, foram 572.

A assessoria do MRE informa que recebeu 730 pedidos de credenciamento para a conferência e o governo só pagará a parte oficial, que é ;reduzida;. Cada ministério pagará as despesas de seus indicados. O MRE explica que não tem controle sobre o número de servidores da Esplanada que foram à Cop-16, pois cuidou apenas do credenciamento e enviou o pedido para o secretariado da reunião. A assessoria também pontuou que grande parte dos credenciados participam como observadores e não como delegados.

Em Cancun, a delegação organizou o Espaço Brasil. Custeado com recursos do patrocínio de empreiteiros e do BNDES, o estande tem aproximadamente 500 metros quadrados e custou R$ 3,7 milhões, entre despesas com a estrutura, a manutenção e o aluguel do espaço. O BNDES destinou R$ 500 mil para patrocinar o espaço inspirado em cenário da Floresta Amazônica.

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