Politica

PP é um partido paralisado

Paulo de Tarso Lyra
postado em 28/08/2011 08:00
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O PP trocou o comando da bancada na Câmara, vê o ministro das Cidades, Mário Negromonte, sendo bombardeado com denúncias de corrupção envolvendo a cidade de Glória (BA) , administrada por sua esposa, e não sabe que rumo tomar. No meio da semana, o presidente nacional do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), afirmou ao Correio que ;turbulências como essas só se resolvem com o tempo e com o silêncio;. A regra foi mantida ao longo do fim de semana. ;Sabíamos da possibilidade de novas denúncias contra o ministro. Temos que nos reunir para avaliar o que fazer;, afirmou um expoente da legenda.

As denúncias de que uma empresa de fachada com sede em Glória será beneficiária de uma emenda feita pelo então deputado Mário Negromonte (BA) também preocupam o ministro. Ele ligou para a prefeita e esposa, Ena Vilma, para saber se não ;havia nada de errado na cidade;. Ele alega não ter qualquer participação na destinação da emenda. Ena devolveu o questionamento do marido. ;Não tenho compromisso com o erro, Mário;, respondeu.

Mas o partido segue inseguro. ;Não dá para dizer que superamos uma etapa, porque isso seria falso. A bancada ainda está dividida;, disse um deputado, pedindo anonimato.

O líder anterior, por exemplo, Nelson Meurer (PR), ainda não aceitou sua destituição. ;Até agora, eu não sei o que aconteceu, fui vítima de um golpe na calada da noite;, reclamou.

A entrevista do ministro das Cidades à imprensa dizendo que alguns deputados tinham ;folha corrida; também não ajudou em nada a pacificar o clima azedo que impera no partido. Naquele dia, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), subiu à tribuna para comentar a entrevista e as denúncias que envolviam o ministério. ;Nenhum parlamentar do partido, nem mesmo aqueles próximos ao Mário, se dignou a defendê-lo na tribuna. Isso é sintomático;, confirmou um congressista.

Troca de comando
A avaliação interna é de que, se Negromonte tivesse simplesmente aceitado a troca de comando na bancada da Câmara, a crise estaria solucionada. ;A mudança de líder foi necessária. Agora, é hora de nos unirmos para que as diferenças sejam melhor trabalhadas;, defendeu a deputada Iracema Portela (PP-PI). ;As coisas estão caminhando para o consenso;, completou ela.

Iracema afirma, no entanto, que o ministro Negromonte conta com o apoio da bancada de deputados da Câmara. Mas ela não se entusiasma com a ideia da realização de um jantar de desagravo ao ministro, como sugerido pelo próprio Negromonte após a primeira tentativa de debelar a crise interna. ;Se formos convidados, iremos. Mas não acho necessário;, completou.

Para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o jantar serviria apenas como ;uma confraternização entre os parlamentares;.

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